A indústria do Paraná registrou em outubro queda de 1,2% no nível de emprego na comparação com igual mês do ano passado. Foi o 16.º resultado negativo neste tipo de comparação; o último positivo foi em julho de 2005, quando o emprego na indústria paranaense cresceu 1%. Os dados fazem parte da Pesquisa Industrial Mensal de Emprego e Salário (Pimes), divulgada ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Os setores que mais pressionaram o nível de emprego para baixo, no Estado, foram a indústria da madeira (com queda de 14,9%), vestuário (-7,6%) e máquinas e equipamentos (-5,1%). De acordo com a economista Denise Cordovil, da Coordenação da Indústria do IBGE, tanto o setor de madeira como o de vestuário vêm sofrendo os efeitos da taxa de câmbio valorizada. ?São setores intensivos na utilização de mão-de-obra?, apontou a economista. Já o mau desempenho da indústria de máquinas e equipamentos, segundo Denise, ainda está relacionada à queda da rentabilidade no setor agropecuário.
Por outro lado, aumentaram as contratações no setor de refino de petróleo e produção de álcool (crescimento de 33,61%), produtos químicos (15,2%), além de calçados e couro (18,69%). Dez dos 18 setores industriais pesquisados pelo IBGE registraram queda no nível de emprego no Paraná em outubro.
Com este resultado, o emprego industrial acumula no ano (janeiro a outubro) queda de 2,5% e, nos últimos 12 meses, queda de 2,6%.
Em relação à folha de pagamento, houve queda de 1,8% em outubro na indústria do Paraná, contra alta de 5,3% em nível nacional. Entre os setores que exerceram maior pressão para baixo, destaque para a indústria de alimentos e bebidas (-10,5%), madeira (-13,8%) e papel e gráfica (-8,7%). Já os setores que registraram aumento na folha de pagamento foram refino de petróleo e produção de álcool (31,7%), produtos de metal (20,2%) e produtos químicos (8,7%).
País
Em nível nacional, o nível de emprego na indústria caiu 0,2% em outubro na comparação com ajuste sazonal sobre setembro. No mês anterior, o emprego industrial tinha avançado 0,5%. Já na comparação com outubro do ano passado, o índice apresentou ligeiro acréscimo de 0,2%, quarto resultado positivo consecutivo.
No confronto com outubro do ano passado, nove dos 14 locais aumentaram o contingente de trabalhadores, e as principais influências positivas foram registradas na região Norte e Centro-Oeste (8,8%), São Paulo (0,6%) e região Nordeste (0,9%).
A indústria de alimentos e bebidas foi a que mais contribuiu para o aumento do pessoal ocupado nas regiões Norte e Centro-Oeste e em São Paulo, enquanto refino de petróleo e produção de álcool foi o destaque na região Nordeste.
Os estados do Espírito Santo (3,8%), Pernambuco (1,9%), Santa Catarina (0,4%), Rio de Janeiro (0,2%) e Bahia (0,1%) também apresentaram resultados positivos para o emprego. Já os impactos negativos vieram do Rio Grande do Sul (-8,0%) e Paraná (-1,2%).
Em nível nacional, o emprego industrial aumentou em 11 dos 18 segmentos pesquisados, com destaque para os impactos positivos de alimentos e bebidas (6,8%), refino de petróleo e produção de álcool (16,7%) e meios de transporte (2,3%).
Por outro lado, as principais contribuições negativas vieram de calçados e artigos de couro (-14,1%), vestuário (-6,1%) e máquinas e equipamentos (-3,7%).