Foto: Arquivo/O Estado |
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Perspectivas otimistas para os próximos meses na indústria. |
As perspectivas do setor industrial para os próximos meses são positivas, segundo revelaram os resultados da edição de julho da Sondagem da Indústria de Transformação, divulgados ontem pelo Instituto Brasileiro de Economia (IBRE) da Fundação Getúlio Vargas. O levantamento mostrou que 26% das empresas planejam contratar e 13% esperam demitir no terceiro trimestre deste ano.
A diferença de 13 pontos percentuais entre os dois extremos de resposta é o segundo melhor resultado para meses de julho nos últimos dez anos. Os números só foram melhores em julho de 2004, quando a diferença alcançou 27 pontos percentuais.
Segundo o documento divulgado pela Fundação Getúlio Vargas, os prognósticos para o trimestre também são os melhores desde o início deste ano, ?quando a atividade industrial começou a fase atual de reaquecimento?.
Além da previsão de retomada das contratações, as perspectivas de negócios para o segundo semestre de 2006 revelam otimismo dos empresários no desempenho da indústria para o segundo semestre deste ano. Para 54% das 935 empresas consultadas pelo IBRE, a situação dos negócios vai melhorar até dezembro deste ano.
As estatísticas mostraram que 49% do setor pretendem aumentar a produção até o mês de setembro, enquanto 11% projetam redução. A diferença positiva para as expectativas de aumento de produção (38 pontos percentuais) foi maior, tanto na comparação com julho do ano passado, quanto em relação à média histórica, que é de 35 pontos percentuais.
Os empresários que apostam em crescimento da demanda neste trimestre representaram 46% dos entrevistados e os que acreditam em retração foram 14%.
Outro indicador positivo foi o nível de utilização da capacidade instalada, que chegou a 84,9% na pesquisa divulgada ontem. O percentual é o maior para esta época do ano desde 1980.
Em relação a preços, 34% das empresas manifestou intenção de aumentá-los e 10%, de diminuí-los. Em abril, era menor o percentual de empresas prevendo aumento de preços (28%) e maior a parcela do empresariado que pretendia reduzi-los.
A Sondagem Conjuntural da Indústria de Transformação é elaborada a cada três meses e fornece informações sobre o estado geral da economia e suas tendências. Os resultados do levantamento servem para orientar decisões empresariais e de política econômica. A pesquisa atual foi realizada entre 29 de junho e 27 de julho.
Setor amplia uso da capacidade instalada
Rio (AE) – A estabilidade
econômica fez com que o uso da capacidade instalada da indústria da
transformação em julho deste ano ficasse em 84,9%, na série sem ajuste
sazonal. Este é o maior patamar de utilização de capacidade instalada
para um mês de julho desde 1980, quando atingiu nível de 85%, ainda na
série sem ajuste sazonal.
A análise é do economista da Fundação Getúlio Vargas (FGV), Aloísio
Campelo, ao comentar os resultados da 160.ª Sondagem Conjuntural da
Indústria da Transformação, divulgada ontem pela FGV, e que abrange
universo de 935 empresas, pesquisadas entre os dias 29 de junho a 27 de
julho. ?O nível de utilização de capacidade instalada está alto. Na
nossa opinião, a estabilidade econômica faz com que a indústria opere
com níveis de utilização mais altos, visto que não há crises, nem
choques?, explicou o economista.
Ele lembrou que, durante a
década de 70, período de estabilidade na economia brasileira, a
indústria operou com uso de capacidade acima de 90% por quase um ano.
No cenário atual, entre os fatores que também contribuíram para esse
cenário de alto nível de capacidade instalada estão os avanços
tecnológicos, de acordo com Campelo. ?Com os avanços na tecnologia,
quando a indústria quer expandir rapidamente o seu nível de utilização,
ela consegue, hoje?, avaliou.
Entre os setores que estão
impulsionando o alto nível de capacidade instalada, ao final do segundo
trimestre, estão os de metalurgia (93,4% de uso de capacidade
instalada); celulose (93,6% de uso) e minerais não-metálicos (86,8% de
uso).
Ao avaliar a série com ajuste sazonal, os resultados também
são positivos, segundo Campelo. De acordo com ele, na série livre de
influências sazonais, há onze trimestres consecutivos a indústria está
operando acima da média histórica, que é de 81,3%; e desde janeiro de
2003, o uso da capacidade está acima de 80%.
Preços devem ser reajustados
Rio (AE) –
As empresas estão mais dispostas a aumentar os preços no terceiro
trimestre deste ano, segundo informações da 160.ª Sondagem Conjuntural
da Indústria da Transformação, referente ao segundo trimestre e
divulgada ontem pela Fundação Getúlio Vargas (FGV). A pesquisa é
trimestral, e abrange universo de 935 empresas, pesquisadas entre os
dias 29 de junho a 27 de julho.
De acordo com a pesquisa, o
porcentual de empresas que pretendem elevar os preços no terceiro
trimestre é de 34%, na sondagem anunciada hoje, ante fatia de 28%
apurada na pesquisa anterior, referente ao primeiro trimestre deste
ano. Já a parcela dos entrevistados que pretendem reduzir os preços no
terceiro trimestre subiu de 10% para 17%, da sondagem anterior,
referente ao primeiro trimestre, para o levantamento anunciado ontem.
A
FGV informou ainda que, no caso da demanda, as previsões do
empresariado brasileiro para o terceiro trimestre são mais favoráveis
para o mercado interno do que para o mercado externo. De acordo com a
pesquisa, 49% das empresas pesquisadas esperam aumento na demanda
interna no terceiro trimestre deste ano; e 11% das companhias
entrevistadas projetam redução na demanda interna, no mesmo período. Já
no caso da demanda externa, 32% das empresas entrevistadas aguardam
aumento na procura externa no terceiro trimestre; e 17% das companhias
estimam redução na demanda externa no penúltimo trimestre do ano.
