Indústria e fumicultor ainda estão sem acordo

Porto Alegre – A indústria do fumo encerrou as negociações com os produtores e anunciou um reajuste de 21,24% sobre a tabela de 2003. A decisão foi tomada ontem, após quatro horas de reunião em Florianópolis (SC). Os fumicultores reivindicavam um aumento de 53,3%, e ainda vão analisar se aprovam o novo valor. Com o reajuste, o preço do quilo do fumo B1 passa para R$ 5,08.

Segundo o presidente do Sindicato da Indústria do Fumo, Cláudio Henn, se for descontado o bônus de 6% por frustração de safra concedido no ano passado, que elevou de R$ 4 para R$ 4,19 o preço pago ao produtor, o aumento é de 27,05%. “Não temos mais o que negociar, chegamos ao limite”, afirmou.

“Vamos a campo levar a informação para os fumicultores para decidir o que fazer”, disse o gerente do Departamento de Fumicultura da Federação da Agricultura de Santa Catarina (Faes) Sálvio Tonini.

Os produtores vinham retendo a produção para pressionar a indústria a atender as reivindicações. Segundo Tonini, os três estados da região Sul estão com cerca de 90% da safra em estoque, mas Henn diz que apenas 20% estão com os produtores. “Agora vamos ver se conseguimos alguma compensação na classificação do fumo”, disse Tonini.

O objetivo é fazer com que a indústria pague o valor do fumo B1 para a produção de menor qualidade, a exemplo do que ocorreu no ano passado. Mas o presidente do Sindifumo descarta essa possibilidade. “No ano passado, por causa da frustração de safra, o bônus e a classificação mais amena se justificavam. Neste ano, em que devemos ter uma safra recorde, não tem sentido”, afirmou Henn. A estimativa é de que sejam produzidas 860 mil toneladas.

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