Indústria do PR foi a que ganhou mais peso no País

A indústria do Paraná teve o maior aumento de participação na produção nacional no período de 1985 a 2000, de acordo com a Pesquisa Industrial Anual (PIA) de 2000, divulgada ontem pelo IBGE. O levantamento confirma a migração da indústria brasileira entre as regiões do País. Enquanto as regiões Sudeste e Nordeste – principalmente Rio de Janeiro e São Paulo – perderam peso no contexto nacional, as demais regiões cresceram igual ou acima da média brasileira.

A participação do Sudeste no total de pessoas ocupadas na indústria caiu de 66% em 1985 para 61,1% em 1996 e para 57,2% em 2000. No mesmo período, a participação da região no valor do total produzido pelo setor diminuiu, respectivamente, de 71,2% para 68,1% e 66,1%. A principal beneficiada por essa redução foi a região Sul, que aumentou a participação no número de pessoas ocupadas de 19,6% (1985) para 24,5% (2000) e, na produção, de 14,8% para 18,3%.

No Paraná, o percentual de pessoal ocupado em relação ao total do País passou de 4,4% em 1985 para 6,2% (1996) e 6,7% (2000). O que significa que, em quinze anos, o número de empregos teve incremento de 2,3 pontos percentuais. No mesmo período, o valor da produção industrial paranaense aumentou em 2,4 pontos percentuais. A participação da receita local foi ampliada de 4,3% em 1985 para 5,7% em 2000. Em 1996, era de 5,3%.

Mesmo ganhando espaço no cenário nacional, na região Sul o Paraná ainda fica atrás do Rio Grande do Sul, que alcançou 10,6% do pessoal ocupado e 8,3% do valor de transformação industrial em 2000 – com expansão de 0,9 ponto percentual no emprego e 1,4 na receita.

Interiorização

Pela primeira vez, a análise da Pesquisa Industrial Anual – Empresa apresenta informações sobre microrregiões brasileiras. A análise permitiu identificar um processo de interiorização do setor na segunda metade da década de 90. Segundo a pesquisa, em 1996, 45,6% do valor da produção industrial do País estava nas capitais e, em 2000, esse índice caiu para 41,2%.

As 125 mil indústrias pesquisadas empregaram 5,3 milhões de trabalhadores, que receberam, entre salários e retiradas, R$ 57,3 bilhões, o que configura um salário médio mensal de R$ 828,40. Em 2000, essas empresas geraram uma receita R$ 642 bilhões e valor da transformação industrial de R$ 257 bilhões, enquanto seus investimentos chegaram a R$ 34 bilhões.

Entre as 101 microrregiões brasileiras que, em 2000, tinham mais de 10 mil trabalhadores industriais, figuram oito do Paraná: Curitiba (7.º), Ponta Grossa (36.º), Londrina (37.º), Maringá (64.º), Apucarana (71.º), Toledo (78.º), Guarapuava (94.º) e Cascavel (95.º). A participação da capital paranaense no total da produção industrial saltou de 2,9% para 3,3% de 1996 a 2000. Ponta Grossa e Londrina ampliaram a presença de 0,3% para 0,4%.

Migração do Sudeste para o Sul

A PIA detectou um processo forte de desconcentração regional da indústria do Sudeste para o Sul, nas indústrias de veículos automotores, de artigos de borracha e plástico, de máquinas e equipamentos e de máquinas e materiais elétricos. A indústria automobilística exemplifica bem essa migração. Devido à guerra de incentivos fiscais entre as unidades da federação, São Paulo perdeu 17,9 pontos percentuais no setor de 1985 a 2000, sendo que o principal ganho ocorreu em Minas Gerais (6,4 pontos percentuais), seguido de Paraná (5,1 pontos), Rio de Janeiro (2,6 pontos) e Rio Grande do Sul (2,3 pontos).

No País, a PIA apontou uma desconcentração mais ampla nas indústrias de celulose e papel, de metalurgia básica, de produtos de metal, de minerais não-metálicos, do refino de petróleo e produção de álcool, e de bens (têxteis, vestuário, couro e calçados, móveis e indústrias diversas – nas quais o custo mais alto é o da mão-de-obra). Porém houve uma reaglomeração nas indústrias de fumo, de outros equipamentos de transporte, e de máquinas para escritório e equipamentos de informática.

Produtos

Já a PIA Produto, também divulgada ontem, levantou informações sobre a linha de produção de 14.300 unidades industriais e cerca de 3.200 produtos, cujas vendas alcançaram R$ 414 bilhões. O total das vendas desses produtos representa 69,7% das vendas de toda a indústria. Os 100 maiores produtos em vendas participam com 50,4% das vendas apuradas na PIA – Produto e representam 35% das vendas totais da indústria. (OP)

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