Com o aumento do valor da tarifa da Copel em 24,86%, aplicado desde a semana passada, os paranaenses devem preparar o bolso. Além do reajuste da conta de luz, diversos produtos devem ficar mais caros por causa da alta. O setor industrial do Estado já adiantou que repassará aos consumidores os novos gastos com energia elétrica.

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Apesar de ainda não existir um cálculo que permita estipular o repasse real, o presidente da Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep), Edson Luiz Campagnolo, estima que os produtos em que a energia elétrica tem maior impacto nos custos de produção devem sofrer alta de até 6%. “Qualquer empresa trabalha com custos. Quando sem tem qualquer tipo de aumento, imediatamente esse impacto atinge os insumos formadores de preço e isso precisa ser repassado para os produtos”, afirma.

Entre os setores que mais sofrerão com a nova tarifa estão o têxtil e vestuário, que inclui as indústrias de calçados e acessórios, o setor de metalurgia, indústrias de eletro-portáteis e também de confecção de linha esportiva em geral. “A cadeia com menor impacto terá um custo de 1%”, calcula Campagnolo.

Para o presidente da Fiep, é impossível que o setor industrial absorva os novos valores de distribuição da energia. No entanto, ele ressalta que o reajuste também pode significar menor participação no mercado. “As vendas têm sido muito menores que o esperado e a competitividade com os produtos importados prejudica a indústria paranaense”, ressalta.

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Lucros

A nova tarifa é aplicada em um momento delicado, justamente quando o sistema elétrico nacional passa por dificuldades na geração de energia, principalmente, na Região Sudeste. Fabiano Camargo da Silva, economista do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), alerta que as empresas de distribuição, como a Copel, que mais lucraram no ano passado foram também as que pediram reajustes mais altos à Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). “No último trimestre, a Copel teve lucro de R$ 600 milhões, algo que as empresas conseguem alcançar em um semestre”, ressalta.

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