A indústria do Paraná segue demitindo neste início de ano. O nível de emprego em janeiro registrou queda de 0,4% na comparação com igual mês do ano passado. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), é a 18.ª taxa negativa consecutiva no Estado. O último resultado positivo ocorreu em julho de 2005, quando o nível de emprego avançou 1% sobre julho de 2004. Na média do País, o emprego na indústria cresceu 0,9% em janeiro, com resultado positivo em nove dos 14 locais pesquisados e em dez dos 18 segmentos. Na comparação com dezembro de 2006, o emprego industrial cresceu 0,3% no País, na série livre de influências sazonais.
No Paraná, sete das 18 atividades industriais registraram queda no nível de emprego em janeiro. De acordo com a economista Denise Cordovil, da Coordenação da Indústria do IBGE, o maior impacto negativo veio da indústria da madeira (-14,8%), por conta da questão cambial, que vem dificultando as exportações, e da maior fiscalização. O setor do vestuário aparece em seguida (queda de 6,8%), afetado também pelo câmbio. ?Este setor é intensivo em mão-de-obra. O câmbio está dificultando as exportações e aumentando a concorrência dos produtos importados?, explicou. O setor de produtos de metal – que inclui desde utensílios domésticos, latas, até esquadrias – também registrou queda no nível de emprego, de 9,4%.
Por outro lado, a indústria de alimentos e bebidas apresentou avanço de 6,4% no nível de emprego em janeiro, seguida pela indústria de papel e gráfica (7,7%) e produtos químicos (11,1%) – este último, principalmente por conta de adubos e fertilizantes.
Em nível nacional, o Rio Grande do Sul foi o que apresentou o maior impacto negativo (queda de 5% no nível de emprego da indústria), sobretudo por conta do setor de calçados e couro. Minas Gerais aparece em segundo lugar (-0,5%) e o Paraná (-0,4%) em terceiro.
Apesar de 18 resultados negativos consecutivos no emprego industrial do Paraná, a economista do IBGE lembrou que a queda vem se amenizando. Em dezembro, o acumulado dos 12 meses – considerado um indicador de tendência – era -2,1%. Em janeiro, passou para -1,9%. ?Reduziu um pouco o resultado negativo?, apontou.
Folha de pagamento
Em relação à folha de pagamento real, o Paraná foi o único entre 14 locais pesquisados pelo IBGE a registrar queda em janeiro. Na indústria paranaense, a redução foi de 1,3%, enquanto na média nacional a folha de pagamento cresceu 3,9%.
Entre os setores que registraram maior redução da folha de pagamento no Estado, destaque para a indústria de madeira (-23,8%). A indústria de papel e gráfica, apesar de ter registrado crescimento no nível de emprego, apresentou queda de 8,2% na folha salarial. Outro setor com queda no salário é o de produtos químicos (-13,5%). Segundo a economista do IBGE, as reduções podem ser decorrentes da demissão de funcionários com salários maiores e admissão por salários menores.
Já os setores que expandiram a folha de pagamento no Paraná em janeiro foram meios de transporte (montadoras), com avanço de 7,8%, indústria de alimentos e bebidas (5%) e outros produtos da indústria de transformação (15%), que incluem mobiliário e produtos diversos como brinquedos e canetas.