A indústria paranaense segue contratando, porém, de modo mais suave segundo o Índice de Produção Mensal Industrial de Emprego e Salário (Pimes) de agosto, divulgado, ontem, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Na comparação com agosto de 2009, o nível de pessoas ocupadas assalariadas no estado aumentou 1,7%, enquanto que o País apresentou um índice de 5,2%. Dentro do estudo, o setor que mais afetou negativamente a expansão dos empregos no Paraná, foi o de Alimentos e Bebidas, que recuou 1,10% em relação ao ano passado.
No mês a mês, a geração de empregos no País dá sinais de estagnação. Pela média móvel trimestral de empregos, é possível notar a redução no percentual de oscilação do índice desde o início do ano.
Julho reagiu positivamente, alta de 0,6%, em relação ao trimestre de baixas sucessivas (abril, maio e junho). Porém, agosto só cresceu 0,1% na comparação com o mês anterior.
“Depois de crescer muito em 2009 a indústria se recuperou com 0,3% de alta sobre o pico registrado antes da crise, agora, a tendência é de acomodação, ou seja, isso influenciará diretamente no índice de emprego que, gradativamente, vai perdendo fôlego”, analisa o economista do IBGE Fernando Abritta.
Empresas
A variação de 1,10% no setor de Alimentos e Bebidas é próxima da estabilidade e, dentre as empresas consultadas pelo O Estado, o índice não reflete a realidade.
A Stival Alimentos, por exemplo, está em fase de ampliação da sua capacidade produtiva. Ao contrapor os índices da Pimes de agosto com o acompanhamento realizado pela Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep) a diferença entre os percentuais é bem contundente.
Pela federação, o emprego no estado aumentou 8,7% na comparação com agosto de 2009. Já as indústrias que compõem o índice de Alimentos e Bebidas registraram uma alta de 12,7% em relação a 2009.
“A distorção entre os índices pode ser explicada pelas diferenças de metodologias e de amostras, já que o IBGE costuma trabalhar com os mesmos grupos de empresas”, avalia o economista do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos do Paraná (Dieese-PR), Sandro Silva.
A Fiep, por sua vez, realiza o estudo junto às empresas que respondem por 90% do faturamento industrial do Paraná e 40% dos empregos. No acumulado de janeiro a agosto, a diferença entre índices segue no mesmo compasso.
Enquanto a Pimes traz um Paraná com uma variação de 0,7% em relação ao ano passado, a Fiep mostra um crescimento de 4,14% para o mesmo período. O Brasil, para a Pimes, apresentou um incremento de 3,5% no acumulado do ano, sétima taxa seguida de crescimento na comparação mensal.
Observando o setor de Alimentos e Bebidas, de janeiro a agosto, foi observado pela Pimes um recuo de 4,4%, em contrapartida, a Fiep apontou crescimento de 7,5% no número de vagas das indústrias do ramo.