Indústria do Paraná em expansão

Ao contrário do que acontece tradicionalmente, as vendas das indústrias paranaenses em janeiro foram maiores do que as de dezembro. O crescimento foi de 4,66% em comparação a dezembro e 26,22% acima do resultado registrado em de janeiro de 2007.

?É a primeira vez na história dos Indicadores Conjunturais da Indústria, medidos pela Fiep, que a venda de janeiro supera a de dezembro?, disse ontem Maurílio Schmitt, coordenador do Departamento Econômico da Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep), na apresentação dos números.

Segundo o economista, o crescimento é atípico e mostra que a indústria continua recuperando os níveis de venda, o que já aconteceu ao longo de 2007, quando as vendas industriais registraram recorde histórico superando em 9,52% o resultado de 2002, até então o melhor da série histórica. Para Schmitt, no entanto, não podemos nos iludir e acreditar que isto seja sustentável. ?O crescimento é muito pontual e pautado basicamente na elevação das vendas de alimentos, carros e combustível?, afirma Schmitt. Para o economista, a abundância da oferta de crédito é o principal fator que vem determinando a alta das vendas e, por isso, a sustentabilidade desse movimento de alta é questionável.

O resultado positivo em janeiro de 2008 foi decorrente do aumento de vendas registrado em 12 dos 18 gêneros pesquisados pela Fiep. Entre os 12 gêneros que registraram aumento estão os três de maior participação relativa na economia paranaense: alimentos e bebidas (+1,28%), veículos automotores (+23,19%) e refino de petróleo e produção de álcool (+ 10,92%). De acordo com análise da Fiep, a elevação das vendas no caso dos alimentos é ainda decorrente da boa safra agrícola, da manutenção dos preços em alta no mercado internacional e da elevação da produção de carnes e derivados.

A venda maior de carros se deve basicamente à abundância de crédito e o desempenho positivo do gênero ?petróleo e álcool? é decorrente do aumento da venda de combustíveis. Dentre os gêneros que apresentaram os maiores aumentos em janeiro destacam-se produtos têxteis (+ 35,12%), couros e calçados (+ 15,61%) e celulose e papel (+ 15,10%).

Nível de emprego também registrou elevação

Em relação ao nível de emprego, 12 dos 18 gêneros industriais pesquisados alcançaram resultados positivos e seis negativos.

O emprego ligado diretamente à produção cresceu 0,45% em janeiro de 2008 em comparação a dezembro de 2007. Em comparação com janeiro de 2007 o nível de emprego deste janeiro apresentou aumento de 6,71% no total de empregos e de 3,41% no pessoal na produção.

A massa salarial líquida em janeiro apresentou redução de 11,47% em janeiro em relação a dezembro (dezembro tem base de comparação elevada em função do pagamento do décimo-terceiro salário, participação em resultados e férias). As horas trabalhadas caíram 0,38% e a utilização da capacidade instalada caiu um ponto percentual, situando-se em 78%. De acordo com análise da Fiep, a perspectiva para 2008 é positiva.

A continuidade da abundância de crédito no País, direcionado para compra de bens duráveis, também continuará incidindo positivamente sobre as indústrias de automóveis, móveis e insumos para a construção civil. Especialmente ao longo do primeiro semestre deste ano a previsão é de continuidade do processo de recuperação das vendas.

Acresce a isso, o fato de que em 2008 será incorporado ao processo fabril as novas máquinas e equipamentos que foram comprados pela indústria em 2007, o que deverá resultar em aumento da produção.

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