Indústria do Paraná continua demitindo

O emprego na indústria do Paraná não pára de cair. Em maio, a queda foi de 4% na comparação com igual mês do ano passado – o segundo maior impacto negativo do País, atrás apenas do Rio Grande Sul, que registrou recuo de 7,6%. Foi a décima queda consecutiva neste tipo de comparação no Paraná, conforme a Pesquisa Industrial Mensal Emprego e Salário (Pimes), divulgada ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Em nível nacional, também houve queda, mas menor (-0,4%).

?A atividade industrial paranaense está se recuperando, mas o emprego demora um pouco para responder?, observou a economista Denise Cordovil, da Coordenação da Indústria do IBGE. Conforme dados divulgados esta semana pelo IBGE, a produção industrial do Paraná tomou fôlego e cresceu 0,9% em maio na comparação com maio do ano passado, quebrando o jejum de dez meses de queda.

Em maio, 11 dos 18 setores industriais pesquisados registraram recuo no emprego. O maior impacto negativo veio do setor madeireiro (-16,9%) – explicado pela perda da competitividade, com o câmbio desfavorável para exportações -, seguido pelo vestuário (-10,9%) – também pela baixa cotação do dólar e da concorrência com produtos importados – e máquinas e equipamentos (-12,5%), por conta da queda da rentabilidade no setor agrícola.

Em contrapartida, os setores que contrataram e exerceram maior impacto positivo foram alimentos e bebidas (crescimento de 2,8%) e produtos de metal (4,4%) – atividade que engloba desde esquadrias, até produção de latas e ferramentas.

No ano (janeiro a maio), o emprego na indústria do Paraná acumula queda de 3,5%, puxada sobretudo pela indústria da madeira (-22,5%), vestuário (-9,4%) e máquinas e equipamentos (-10,6%).

País

Em nível nacional, a queda de 0,4% no emprego industrial foi determinada, sobretudo, pela redução do emprego em oito dos 14 locais e em 11 das 18 atividades. Os principais responsáveis pelos resultados negativos foram calçados e artigos de couro (-11,4%) e máquinas e equipamentos (-6,5%). Entre as indústrias que pressionaram positivamente o índice geral, no total do País, vale citar os segmentos de alimentos e bebidas (8,5%) e máquinas, aparelhos eletroeletrônicos e de comunicações (6,8%). Regionalmente, os principais impactos positivos vieram da região norte e centro-oeste (9,8%) e de São Paulo (0,6%), influenciados, sobretudo, pelos resultados de alimentos e bebidas (27,1% e 13,8%, respectivamente).

No acumulado do ano, houve redução de 0,6% no contingente de trabalhadores. Entre os nove locais onde as demissões superaram as admissões, as contribuições negativas mais significativas vieram do Rio Grande do Sul (-8,9%), região nordeste (-3,1%) e Paraná (-3,5%). Por outro lado, região norte e centro-oeste (9,7%) e São Paulo (0,7%) registraram as principais influências positivas no resultado geral.

Folha de pagamento

Em relação à folha de pagamento, houve queda de 4,9% na indústria do Paraná em maio, na comparação com igual mês do ano passado, com recuo em 12 dos 18 setores pesquisados. Com variação negativa, destaque para a indústria de alimentos e bebidas (com queda de 11,5%) – apesar do aumento do número de contratações -, madeira (-12,1%) e máquinas e equipamentos (-11,7%). No acumulado do ano, houve queda de 5,9%, com destaque também para a indústria de alimentos e bebidas (-9,5%), madeira (-18,9%) e produtos químicos (-14,1%).

Já em nível nacional, o valor da folha de pagamento real dos trabalhadores da indústria, descontadas as influências sazonais, permaneceu estável. Na comparação com abril, a folha cresceu 0,7%. Este resultado positivo, segundo o IBGE, foi assinalado após dois meses consecutivos de queda, período que acumulou recuo de 2,8%. 

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