A produção da indústria paranaense registrou variação de – 0,1% em abril, no confronto com o mês de março, de acordo com pesquisa divulgada pelo IBGE nesta quinta-feira (4). No acumulado de 2009, a produção física do setor manufatureiro estadual apresentou recuo de 1,4%, na comparação com o mesmo período do ano passado, como reflexo da crise mundial. Esse resultado é o melhor do País, ficando muito acima dos desempenhos industriais de São Paulo (-15,4%), Rio de Janeiro (-9,5%), Minas Gerais (-23,5%), Rio Grande do Sul (-16,4%) e Santa Catarina (-15%).

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Entre os setores que apresentaram resultados positivos no Paraná no primeiro quadrimestre, merecem destaque as indústrias de edição e impressão (com alta de 138,9% na produção), bebidas (10,6%) e produtos químicos (10,6%). Por outro lado, entre os ramos que tiveram resultados negativos, sobressaem os segmentos automotivo (queda de 35,6%), madeireiro (27,5%) e de máquinas e equipamentos (25,4%).

O analista de conjuntura do Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social (Ipardes), Julio Suzuki, explica que os piores desempenhos concentram-se nos setores caracterizados pelo forte vínculo com o mercado internacional, não deixando dúvida quanto à influência da retração da demanda externa.

“A queda nas exportações torna evidente a necessidade de políticas para incentivar a demanda interna, com o objetivo de compensar, pelo menos parcialmente, a retração do mercado internacional. Outra medida importante é fortalecer as relações comerciais com os países em desenvolvimento, que demandam principalmente produtos industrializados”, sugere Suzuki.

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No acumulado dos últimos 12 meses (maio de 2008 a abril de 2009), observa-se crescimento de 4,8% na produção da indústria do Estado. Nesse caso, o Paraná também lidera o ranking nacional.

Políticas

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Uma característica do setor industrial paranaense é a importância das micro e pequenas empresas, conforme aponta o secretário estadual da Indústria, do Comércio e Assuntos do Mercosul, Virgílio Moreira Filho. Entre janeiro de 2003 e dezembro de 2008, 272.627 empresas se instalaram no Paraná.

“Só em 2008, foram 53.087, a maioria micro e pequenos negócios, e 69% localizados no interior do Estado”, detalha Virgílio. O secretário acrescenta que políticas públicas estão sendo implantadas de modo permanente para a manutenção de empregos e níveis sustentáveis de produtividade das empresas estaduais.

Criado em abril deste ano, o Fórum Regional Permanente das Microempresas e Empresas de Pequeno Porte do Estado do Paraná reúne entidades sindicais, iniciativa privada e membros do governo federal, estadual e municipal. Na pauta, temas relacionados ao desenvolvimento do Estado a partir das microempresas e empresas de pequeno porte. “Buscamos unir toda a cadeia produtiva além de entidades ligadas no interesse da indústria e do trabalhador paranaense”, conclui Virgílio Moreira Filho.

Rumo certo

Segundo o secretário do Planejamento e Coordenação Geral, Enio Verri, os números do IBGE provam que o Paraná continua enfrentando a crise melhor que os grandes centros industrializados do País. “O recuo de 1,4% no primeiro quadrimestre deste ano em comparação ao mesmo período do ano passado, prova que o Paraná está desenvolvendo as políticas econômicas corretas no enfrentamento dessa turbulência econômica”, disse.

“Quero destacar, por exemplo, que São Paulo apresentou uma queda de 15,4% e o Rio de Janeiro, um Estado bastante industrializado também, apresentou um recuo de 9,5%. Minas teve 23,5% de queda e, os nossos vizinhos, Rio Grande do Sul, menos 16,4%; e Santa Catarina, recuo de 15%.

Isso demonstra que a economia do Paraná, com todas as suas dificuldades, sentindo a crise como o resto do mundo, está no caminho certo”, observa Verri. “O empreendedorismo dos nossos dirigentes industriais, como toda capacidade produtiva aqui instalada, com apoio de políticas governamentais, têm resultados muito melhores do que os maiores centros industriais do Brasil”, concluiu.