Indústria diminui empregos

O nível do emprego industrial no Paraná caiu 0,2% em junho, comparado a maio. Com esse desempenho, o número de assalariados na indústria estadual apresenta queda de 1,1% em relação a junho de 2001 e de 1,2% no primeiro semestre de 2002. No Brasil, o indicador voltou a recuar após três meses consecutivos de crescimento. Houve retração de 0,1% de maio para junho, de 1,3% frente a junho do ano passado e de 1,7% no acumulado do ano. Os dados são da Pesquisa Industrial Mensal de Empregos e Salários (Pimes) do IBGE, divulgada ontem.

A diminuição da ocupação na indústria paranaense em junho foi influenciada pelo gênero madeira, com decréscimo de 1,4%. A maior influência positiva para a taxa global foi máquinas e equipamentos (3,9%). A economista Isabela Nunes Pereira, técnica do Departamento de Indústria do IBGE, ressalta que o índice do mês sobre o mês anterior não contém ajustes sazonais.

No comparativo junho 02/junho 01, novamente o setor madeireiro pressionou negativamente a ocupação industrial no Paraná, com redução de 11,2%. Os incrementos de 8,7% em alimentos e bebidas; 8,0% em vestuário e 8,9% em máquinas e equipamentos não foram suficientes para reverter os resultados negativos. “Apesar do peso da indústria do Paraná ser menor que em São Paulo e Rio de Janeiro, o Estado se mantém dentro da média nacional”, comenta Isabela.

Somente no acumulado do semestre o comportamento do emprego industrial do Paraná se distancia da média brasileira. Segundo a técnica do IBGE, o recuo é menor (-1,2% contra -1,7%) devido à pressão positiva de alimentos e bebidas. As vagas desse segmento no Estado aumentaram 9,8% nos primeiros seis meses de 2002. Mais uma vez, o gênero madeireiro – com queda de 15% – foi determinante para o índice local negativo. No primeiro semestre de 2002, a indústria de madeira reduziu a produção em 11,2% no Paraná.

Salário

Apesar do declínio na ocupação em junho, a folha de pagamentos da indústria paranaense teve o maior crescimento (2,5%) entre os estados pesquisados, pressionado pelas montadoras (9,6%). Volvo e Renault pagaram a primeira parcela da PLR (Participação nos Lucros e Resultados). O Paraná volta a apresentar queda na comparação com junho de 2001 (-2,2%) e no acumulado do ano (-1,6%). No Brasil, os resultados da folha são todos negativos: -1,1% em relação a maio, -2,3% em relação a igual mês do ano anterior e -2,4% em 2002.

O valor médio da folha de pagamento do total do país fecha o primeiro semestre de 2002 com perda real de -0,7% comparado ao mesmo período de 2001. Entre as seis áreas com redução, está o Paraná (-0,4%). O número de horas pagas na indústria paranaense diminuiu 1,2% de maio para junho; 0,3% na relação junho 02/junho 01, e 1,0% no ano. No Brasil, houve quedas de 1,1% comparado a maio; 1,2% no confronto com junho do ano passado, e 2,2% no acumulado do ano.

Apesar da tendência de recuperação da produção industrial, os reflexos no nível de emprego não são imediatos. “A variável emprego sempre vem a reboque da produção industrial, mas não acompanha com a mesma rapidez as mudanças no ritmo de produção”, observa a técnica do IBGE.

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