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A indústria brasileira deve fechar 2004 com crescimento igual ou superior a 8%. Se for confirmada essa estimativa, será o melhor desempenho para o setor desde 1986, ano da implantação do Plano Cruzado, quando os preços foram tabelados. Naquele ano, o nível de atividade industrial cresceu 10,9%. Os números fechados de 2004 serão divulgados hoje (10) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

Segundo dados do IBGE, no acumulado de janeiro a novembro a produção industrial do País teve expansão de 8,3%. O Iedi (Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial) projetava no início do ano passado um crescimento de 7% para a produção industrial de 2004. Mas, devido o resultado acumulado até novembro, já trabalha com uma expansão de 8%.

Na projeção da consultoria Global Invest, o crescimento deve chegar a 8,3%.

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O diretor-executivo do Iedi, Júlio Gomes de Almeida, avalia que o desempenho da indústria no ano passado foi "puxado" pelos setores de bens de capital (como máquinas e equipamentos) e de bens de consumo duráveis (automóveis, eletroeletrônicos e eletrodomésticos).

Segundo Almeida, a maior oferta de crédito e a redução no desemprego contribuíram com o aumento do consumo interno de bens duráveis, o que refletiu no nível de atividade.

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"Quem não perdeu o emprego ficou mais confiante, porque a economia melhorou", disse.

O economista da Global Invest, Alex Agostini, destacou a performance do setor de bens de capital, fortemente influenciado pelo agronegócio e pelas exportações. Dados da Anfavea (Associação dos Fabricantes de Veículos Automotores) mostram que a produção de máquinas agrícolas cresceu 13,7% de 2003 para 2004. As exportações do setor aumentaram 44,8% no período.

Metodologia

A pesquisa industrial mensal de produção é realizada mensalmente pelo IBGE desde a década de 1970. Por conta das mudanças tecnológicas na indústria, a pesquisa já sofreu algumas reformulações desde que foi iniciada.

A última reformulação foi feita no início de 2004, quando o instituto alterou a composição dos produtos que fazem parte da sua pesquisa mensal e agregou as empresas em diferentes setores de atividade.

A série reformulada tem início em janeiro de 2002 e, segundo o IBGE, sua implantação não provocou ruptura de séries históricas, uma vez que a série anterior, com início em janeiro de 1991, foi encadeada à nova.

Os dados divulgados mensalmente pelo IBGE também passam por revisões constantes.