A queda prolongada dos preços do petróleo tem levado empresas de prospecção de petróleo a enfrentarem dificuldades crescentes em assegurar financiamento para novos projetos.

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Executivos de companhias como a Tullow Oil e a Cairn Energy vem se reunindo com seus credores ao menos duas vezes por ano para revisar os empréstimos que os permitem continuar perfurando novos poços e tocando seus projetos. Para muitas empresas, este tem sido um momento tenso, uma vez que os bancos estão cada vez mais preocupados com o montante de dívida acumulada por empresas do setor de energia, ao passo que os lucros estão secando.

Quando o petróleo operava acima de US$ 100 por barril, muitos bancos disputavam o direito de emprestar para o setor. Agora, parte credores trouxeram às mesas de negociação equipes especializadas em reestruturação corporativa para revisar os balanços das companhias, afirmou uma pessoa próxima ao assunto.

O novo escrutínio é uma mostra da mudança na relação entre ambos os lados, e reflete o problema que se tornou a dívida do setor petrolífero na Europa. Globalmente, a dívida líquida das empresas de petróleo e gás listadas em bolsa triplicou na última década, para US$ 549 bilhões em 2015, de acordo com a consultoria de energia Wood Mackenzie. O cálculo não leva em conta companhias estatais.

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Nos Estados Unidos, o setor enfrenta os mesmos problemas. Muitas pequenas e médias companhias emprestaram pesadamente durante o boom do xisto. Segundo o Wall Street Journal, o número de empréstimos ao setor considerados em risco de calote está próximo de atingir 50% nos grandes bancos norte-americanos.

A revisão bianual dos empréstimos pelos bancos é um processo delicado. Caso uma instituição decida que uma companhia emprestou mais do que pode pagar, ele pode pedir um pagamento antecipado, corte de gastos ou até mesmo a venda de ativos para obtenção de recursos.

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“Não existe ninguém no setor muito tranquilo no momento”, disse Thomas Bethel, especialista em finanças do setor petrolífero da Herbert Freehills.

Na Tullow Oil, a expectativa é que a companhia veja diminuída a linha de crédito de US$ 3,7 bilhões a que atualmente tenha acesso, afirmou o diretor financeiro, Ian Springett. Já a Cairn estima que seu crédito será reduzido de US$ 575 milhões para US$ 335 milhões.

“Quando o petróleo estava a US$ 100 por barril, era fácil conseguir crédito”, disse o executivo-chefe da Cairn, Simon Thomson. “O que vemos hoje é que algumas pessoas estão tendo dificuldades de pagar pelo empréstimo que contraíram (naquele momento).” Fonte: Dow Jones Newswires.