Indústria de plástico enfrenta crise

As 390 indústrias paranaenses de material plástico começaram o ano de 2004 reduzindo produção, dando férias coletivas a trabalhadores e desligando parte das máquinas, apesar de o mercado consumidor estar desabastecido. O problema é que as empresas não estão conseguindo repassar a seus clientes o aumento de 38% dos preços da principal matéria-prima, a resina termoplástica, imposto pelas sete petroquímicas que atuam no País.

O presidente do Sindicato das Indústrias de Material Plástico no Estado do Paraná (Simpep), Dirceu Galléas, lembra que 2003 foi um ano de fraco desempenho, pois o setor funciona como termômetro da economia. As expectativas estavam depositadas em 2004, que sinaliza para um crescimento da economia, ainda que pequeno. Contudo, em função do aumento do custo de produção, os clientes das indústrias de material plástico paralisaram suas carteiras de compras porque rejeitam novas tabelas.

Com isso, as fábricas estão sendo obrigadas a reduzir a produção e passaram a fazer pressões no governo federal para que interceda na Petrobras e nas sete centrais petroquímicas fornecedoras da matéria-prima, derivada do petróleo, para que elas revejam os aumentos impostos desde janeiro e que acumulam 38%. Um novo reajuste está anunciado para o mês de março, de 12%, o que vai agravar ainda mais a crise no setor.

Os dirigentes sindicais da categoria, por meio da Associação Brasileira da Indústria de Plásticos (Abiplast), também pretendem desenvolver ações para sensibilizar os senadores e deputados federais. Eles esperam a ajuda dos políticos para pressionar o governo federal a coibir os aumentos da matéria-prima. Dirceu Galléas alerta que se esses reajustes não forem contidos nos próximos dias, eles terão que ser repassados aos produtos finais e quem pagará a conta serão os consumidores.

Crise

As indústrias paranaenses já desligaram parte de suas máquinas e reduziram em 45% a produção desde o mês passado. Para não mandar gente embora, estão antecipando o período de férias para vários trabalhadores. Em termos de redução de custos já fizeram tudo o que está a seu alcance. Fizerem a lição de casa, modernizando o seu processo de gestão, cortando custos e buscando maior produtividade. Entretanto, a resina plástica representa 70% dos seus custos e não podem deixar de repassar o reajuste em seus produtos na ordem de 25% a 30%, sob pena de entrarem num perigoso processo de insolvência.

O presidente do Simpep teme uma grave crise no setor. Afirma que como as indústrias não conseguem repassar os aumentos da matéria-prima na mesma velocidade com que recebem de seus fornecedores, poderá ocorrer problema de caixa nas empresas, além de prejuízos irreversíveis.

O pólo industrial de embalagens e produtos plásticos no Paraná ganhou força nos últimos dez anos. As 390 fábricas estão espalhadas por várias regiões do Estado. Elas são responsáveis pela geração de 15 mil empregos diretos. Fabricam 300 mil toneladas de produtos por ano, desde sacolas personalizadas, filmes técnicos, peças automotivas, até utilidades domésticas dos mais variados modelos. Os produtos são distribuídos para todo o Brasil e parte é exportada para os Estados Unidos e Europa.

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