Indústria de máquinas de MG busca diversificação de mercado para segurar vendas

Em um cenário macroeconômico adverso e de muitas incertezas, a regional Minas Gerais da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq) está intensificando esforços para diversificar setores na sua carteira de pedidos. Os segmentos de Mineração e Siderurgia, por conta do perfil de atividade econômica do Estado, acaba sendo o principal cliente das empresas de máquinas e equipamentos.

Segundo o diretor da Abimaq-MG, Alexandre Misk Neto, o setor em Minas está olhando os segmentos da construção civil em edificações leves (embora haja uma retração de lançamentos no momento) e o de monitoramento ambiental (de análises de solo e água). “Acredito até que esse momento de racionamento do uso de água possa alavancar vendas de máquinas e equipamentos que ajudem na economia do consumo da matéria-prima”, disse, em coletiva de imprensa nesta quarta-feira, 25.

Para ele, a diversificação de carteira e os investimentos mais intensos em inovação ajudarão nas vendas do setor não só no Estado, mas em todo o País. “Mas 2015, para o setor, está bem complicado. É um ano de ajustes”, declarou. O segmento de máquinas e equipamentos de Minas Gerais é composto por 85% de pequenas e médias empresas.

Dólar

Com relação ao câmbio, o diretor afirmou que a valorização do dólar ante o real não compensou o aumento de custos que as empresas estão tendo, tanto operacionais quanto financeiros.

“O dólar forte é bom para a competitividade externa, mas sua variação repentina não ajuda em um cenário de instabilidades e incertezas econômicas e políticas. Porque, com um aumento de custos e sem previsibilidade, as empresas não conseguem pensar em investimentos em produção e, consequentemente, na compra de máquinas e equipamentos”, ressaltou.

Ele disse que a apreciação da moeda norte-americana ante o real não veio como uma readequação setorial e sim oriundo de uma crise. “Para compensar todos os aumentos de custos, o dólar teria que valorizar muito mais”, completou.

Misk Neto comentou que tanto a Abimaq-MG quanto a nacional se preocupam com os custos das linhas de financiamento. “Nas viradas de ano, os financiamentos dão uma ‘travada’ porque é necessário esperar o governo definir parâmetros dessas linhas. Agora, eles já foram estabelecidos e o problema é que as condições estão menos atrativas, com prazos menores e juros maiores”, disse. “E o que vemos atualmente, neste momento de incertezas, é que as empresas mineiras estão muito mais preocupadas em pagar os financiamentos anteriores do que entrar em novos.”

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