Indústria de automóveis comemora

Foto: Arquivo

Exportações de carros brasileiros está em queda.

São Paulo – Depois de registrar o melhor trimestre em vendas da história, a indústria automobilística reviu para cima seus cálculos e projeta agora vendas de 2,21 milhões de veículos neste ano, um aumento de 14,5% em relação a 2006. A produção também será a maior dos 50 anos do setor e deve atingir 2,78 milhões de unidades, 6,5% acima do ano passado. Os dados incluem automóveis, comerciais leves, caminhões e ônibus.

 Na previsão anterior, mantida de dezembro a março, a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) esperava aumento de 7,7% nas vendas e de 3,8% na produção. ?Diante da revisão da projeção do PIB (Produto Interno Bruto), da estabilidade econômica, do crescimento da renda e da disponibilidade de crédito, revisamos nossas estimativas?, disse o presidente da entidade, Rogelio Golfarb.

Nos primeiros três meses do ano, as montadoras produziram 655,2 mil veículos, 4% a mais que em igual período do ano passado. Em março, o salto foi de 21,1% em relação a fevereiro. As vendas internas aumentam 18,1% no trimestre, para 493,1 mil unidades.

Desse total, 193,4 mil veículos foram vendidos em março, o segundo melhor mês registrado pelo setor. Tanto em vendas quanto em produção, o trimestre foi recorde.

?O cenário de estabilidade econômica e a disponibilidade de crédito criam ambiente positivo para o mercado interno?, disse Golfarb. Segundo ele, em 12 meses a carteira de crédito aumentou 24%, chegando a R$ 65 bilhões em março.

Prazos mais longos também incentivam as vendas. Há um ano, 34% dos financiamentos de carros novos eram para pagamento em 36 meses, porcentual que hoje está em 49%. Há ofertas de crédito em até 72 meses.

Por segmento da indústria, as vendas de automóveis e comerciais leves cresceram 18,6% no trimestre (468,6 mil unidades) e as de caminhões, 13,5% (20 mil). Já as vendas de ônibus caíram 2,8% (4,4 mil). O setor de máquinas agrícolas cresceu 24,3%, para 7.228 unidades, ancorado principalmente nas áreas de cana-de-açúcar, soja, milho e mineração. O número de vagas nas fábricas aumentou 0,46% em um ano, para 108,1 mil pessoas. Modelos flex, que rodam com álcool ou gasolina, responderam por 82,8% das vendas em março. Em quatro anos foram vendidos 3 milhões de modelos bicombustível.

Exportações

Se de um lado o mercado interno está batendo recordes, de outro as exportações de carros estão em dificuldades. No trimestre, os 182,1 mil veículos exportados representam queda de 9,5% em relação a 2006. Em valores, a redução foi de 0,6%, para US$ 2,73 bilhões.

A projeção para as vendas externas não foi revista. A Anfavea espera repetir o montante de 2006, de US$ 12,1 bilhões, recorde até agora. ?O câmbio continua se depreciando?, afirmou Golfarb. No passado, disse ele, a desvalorização do real compensava ineficiências como altos tributos e juros elevados.

?A mudança no patamar do câmbio tirou essa compensação e precisamos atacar esses problemas. Hoje não há mais motivação para exportar?, disse Golfarb, que ressaltou não tratar-se de ?choro?, mas da necessidade de ações que garantam a competitividade da indústria nacional no futuro.

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