A indústria cresceu em oito Estados, de fevereiro para março, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Em São Paulo, o crescimento de 0,6% foi inferior ao da média nacional, de 0,7%. Mas, comparado ao trimestre imediatamente anterior, houve expansão nas duas maiores indústrias, de São Paulo e Rio de Janeiro, o que aponta uma recuperação de todo o setor em 2013, de acordo com a análise do Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (Iedi).
A fotografia na passagem de um mês para o outro, nesse início de ano, é oscilante nos 14 locais pesquisados. Em janeiro, predominaram taxas positivas entre os Estados; em fevereiro, quedas e, em março, prevaleceu um quadro mais otimista.
“Olhando os dados na margem, há muitos fatores pontuais influenciando os indicadores de desempenho”, avaliou o economista-chefe do Iedi, Rogério César de Souza. Para a economista da consultoria Tendências Camila Saito, “os dados estão demorando mais a demonstrar a recuperação do que o esperado”.
Retomada
Já a leitura do trimestre sinaliza a tão esperada retomada em São Paulo e no Rio de Janeiro. A média do crescimento industrial paulista, comparado ao trimestre imediatamente anterior, revela um perfil de crescimento sustentado por três trimestres consecutivos, a partir do terceiro trimestre do ano passado – respectivamente de 1,5%, 1,1% e 1,1%.
No Rio de Janeiro, para a mesma base de comparação, o cenário é semelhante, de altas de 1,9%, 1,9% e 1,7%, respectivamente.
A permanecer nesse ritmo, segundo projeção do Iedi, São Paulo fechará 2013 com crescimento de 4%, ante queda de 3,8% no ano passado, enquanto o Rio de Janeiro crescerá 5,5%, recuperando a queda de 4,7% em 2012. “Tiraria a conclusão de que o crescimento dos dois principais Estados produtores é um bom sinal. Mas eles não conseguem conduzir sozinhos o setor”, avaliou Souza.
Já a Tendências espera que a indústria paulista, neste ano, puxe os indicadores de produção, por conta da expansão das atividades de cana de açúcar e de minerais não metálicos, sobretudo, cimento. A projeção é de aquecimento do segmento de construção civil, como consequência da realização de obras de infraestrutura e também para atender as demandas geradas pela Copa do Mundo e pelas Olimpíadas.
Sul e Nordeste
Além de São Paulo e Rio, outros grupos são relevantes no retrato da indústria nacional neste início de ano. De um lado, estão as regiões Sul e Nordeste do País, cuja produção no primeiro trimestre (comparado a igual período imediatamente anterior) cai, em resposta a uma retração da demanda e à queda da produção de caminhões. Do outro, estão Minas Gerais e Espírito Santo, cuja produção é bastante concentrada em commodities, que, por sua vez, têm o desempenho atrelado ao mercado internacional.
A indústria mineira recuou 5,9% de janeiro a março, ante o quarto trimestre. Na mesma base de comparação, o Espírito Santo caiu 5,6%; a região Nordeste, 1,0% ; o Rio Grande do Sul, 4,2%; e o Paraná, 3,2%.