A economia chinesa tem dado recentemente sinais positivos, contrariando previsões de analistas que previam uma desaceleração mais forte. Para o Brasil, esses sinais começam a trazer esperança de um melhor desempenho na balança comercial, já que os chineses são os principais clientes das empresas brasileiras.
A grande surpresa da economia chinesa tem sido o desempenho da indústria, em um momento em que o governo local sinalizou que faria uma reorientação do crescimento econômico para o consumo. O índice dos gerentes de compras (PMI) da indústria chinesa subiu para 51,2 pontos em setembro, o nível mais alto em seis meses, segundo medição do HSBC.
A China é a maior importadora de produtos brasileiros, com destaque para o minério de ferro e commodities agrícolas, principais itens da pauta de exportação da balança comercial do Brasil. “A economia chinesa começa a mostrar uma recuperação em relação aos padrões de crescimento dela. O Brasil é impactado toda vez que a China sofre qualquer mudança econômica”, afirma José Augusto de Castro, presidente da Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB).
Os sinais positivos da China ajudaram a elevar a cotação do preço do minério. No mês de agosto, a tonelada do produto foi vendida a US$ 84,7. Na primeira semana de setembro, passou para US$ 86,9, subiu para US$ 94,3 na semana seguinte, e chegou a US$ 99. “A minha expectativa é que essa cotação deve alcançar entre US$ 105 e US$ 108 por tonelada”, afirma Castro. Entre janeiro e agosto, a cotação do minério teve uma queda de 2,9%.
Em julho, a AEB previu um déficit de US$ 2 bilhões para o ano mas, segundo Castro, o resultado deste ano pode ficar próximo de um “zero a zero” por causa do efeito minério.
O reaquecimento da economia também abre uma “boa perspectiva” para o primeiro semestre de 2014, segundo Rodrigo Branco, economista da Fundação Centro de Estudos do Comércio Exterior (Funcex). “A melhora da China traz uma perspectiva positiva porque a gente esperava desaceleração maior”, diz. “Isso é um fato positivo, que terá impacto no nosso comércio exterior.”
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.