A despeito do cenário turbulento dos mercados, o presidente da IIFA (International Investment Funds Association), Eduardo Penido, acredita que a indústria brasileira de fundos de investimento deve crescer em torno de 10% em 2011 na comparação com o ano anterior. Em entrevista à Agência Estado, ele afirma que a crise atual é uma oportunidade para as gestoras entregarem bons resultados aos seus cotistas até porque o problema maior é com bancos e não com os fundos.
“A indústria de fundos participa ativamente dessas discussões apesar de ela não estar diretamente atingida pela turbulência atual. Quando há um mercado volátil com grande aplicação de trabalho, é possível ganhar às vezes até mais do que em um período manso”, opina ele.
De acordo com Penido, que é o primeiro representante brasileiro a ocupar a presidência da IIFA, a indústria de fundos terá crescimento não só este ano, mas também em 2012. “A indústria cresce muito no mercado de renda fixa. Houve este ano uma migração bastante razoável de investidores que estavam em fundos de ações e multimercados para a renda fixa, beneficiando-se dos momentos importantes de queda de juros”, disse ele.
Questionado sobre o fato de algumas assets terem entregado retornos polpudos aos seus cotistas, batendo mais de 160% do CDI em determinados fundos, ele explica que “todo mundo que percebeu o movimento dos juros ganhou”. “Os fundos de renda fixa ganharam mais porque a participação desta modalidade na carteira é mais importante do quem em um fundo multimercado, que é uma das estratégias de investimento”, justificou Penido.
No entanto, ele disse que está “dificílimo” entender o cenário macroeconômico brasileiro e fazer previsões levando em conta a forte influência do cenário externo.
Fundada em 1987, a IIFA reúne representantes de associações de fundos de investimento de mais de 40 países, que juntos possuem patrimônio sob gestão de mais de US$ 25 trilhões. Na última semana de novembro, a IIFA reúne seus associados em Bruxelas para traçar um cenário para 2012 em função da turbulência do mercado.