Indústria automobilística abre 2008 com recorde de vendas

  Aliocha Maurício
Aliocha Maurício

Em janeiro, as montadoras venderam 40,6% mais veículos novos do que em igual período do ano passado.

São Paulo – As montadoras começaram bem o ano tanto nos negócios fechados no mercado doméstico quanto no ritmo de produção. Elas encerraram janeiro com o melhor resultado já obtido no primeiro mês do ano, vendendo 40,6% mais veículos novos nacionais e importados do que em igual período do ano passado, o equivalente a 214.959 unidades. A produção foi 24,2% superior.

Na comparação com dezembro, há um recuo de 11,3% nas vendas. ?É normal, ocorre em todos os anos por questões sazonais, férias escolares e outros fatores vinculados à redução das atividades após as festas de final de ano?, explicou Jackson Schneider, presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea).

O executivo informou que a entidade manteve a projeção de crescimento das vendas em 17,5% este ano, totalizando 2,8 milhões de unidades. Se excluir os importados desse cálculo, o aumento será de 14,4%.

Também não houve alteração na meta de expandir a produção em 8,9%. Sobre dezembro último, houve crescimento de 15,5%. Entre os segmentos em alta está o de caminhões e máquinas agrícolas com um aumento de 42% sobre dezembro de 2007 e 85% sobre janeiro desse mesmo ano.

Pelas estimativas de Schneider, pode ser até que ocorra um recorde de desempenho. ?Achamos que há condições de superar os números de 2004, que foram muito bons?, disse ele se referindo às máquinas agrícolas. O motivo é o avanço do agronegócio.

No caso dos caminhões, o executivo disse que além da expansão de crédito de forma sustentada, o que tem favorecido a demanda é o desenvolvimento da economia brasileira. Nesse segmento, a produção avançou em 14,4% sobre dezembro e 46,5% sobre janeiro do ano passado.

Ao fazer uma análise sobre o mercado em geral de veículos, Schneider descartou o risco de desabastecimento ou de correções de preços associadas ao prolongado período de aquecimento das vendas internas.

?O comportamento do aumento [reajuste] de preço tem se mostrado nos últimos cinco anos um pouco abaixo da inflação para o período, portanto, não acredito que vá ter qualquer tipo de expansão de preço?.

Na avaliação de Schneider, o mercado ?está muito competitivo?, embora crescente. O grande indicador nesse sentido, conforme ressaltou, são constantes anúncios de investimentos na produção.

Na carta de desempenho, a Anfavea informa, por exemplo, que Fiat do Brasil pretende injetar R$ 5 bilhões na ampliação de oito unidades industriais, o que permitirá a criação de 5.500 novos postos de trabalho nos próximos dois anos.

Já a Peugeot Citroën do Brasil pretende investir R$ 110 milhões em sua fábrica sediada em Porto Real, no estado do Rio de Janeiro, e a Volkswagen Caminhões e Ônibus vai aplicar R$ 1 bilhão nos próximos quatro anos na fábrica de Resende (RJ).

De acordo com Schneider, nos últimos 12 anos a indústria automobilística criou quase 30 mil postos de trabalho. O ritmo de contratações, disse ele, tem sido crescente. Em janeiro, foram ampliadas l.l85 vagas, o que elevou a base de empregados de 120.338 para 121.523 pessoas.

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