Faltando pouco mais de um mês para a Páscoa, a indústria brasileira de chocolates fecha os últimos números do setor. Este ano a produção cresceu cerca de 5%, com o volume passando de 19,4 mil toneladas no ano passado para 20,4 mil este ano, correspondendo a aproximadamente 100 milhões de ovos. Já em valores, houve crescimento de 12%, com as vendas passando de R$ 550 milhões no ano passado para R$ 616 milhões este ano. Os dados foram divulgados ontem pela Associação Brasileira da Indústria de Chocolates, Cacau, Amendoim, Balas e Derivados (Abicab), durante coletiva à imprensa em São Paulo.
Esse ano o preço dos ovos de chocolate na indústria aumentou cerca de 7% em relação ao ano passado. Já no varejo, os preços são livres e podem variar conforme o estabelecimento.
Para o presidente da Abicab, Getúlio Ursulino Netto, a Páscoa este ano tem tudo para ser melhor do que foi em 2005. ?Estamos prevendo uma Páscoa muito boa. Os ovos estão com preços muito razoáveis, e não vai ser por causa dos preços, nem pela falta de novidades que as pessoas vão deixar de comprar?, afirmou o presidente da associação. ?Mas é bom o consumidor escolher antes. É até possível que faltem alguns produtos?, disse. Outro fator que pode ajudar as vendas da Páscoa este ano é a própria data no calendário: dia 16 de abril. No ano passado, a Páscoa caiu no dia 27 de março – muito próximo ao período em que venciam impostos como IPTU e IPVA.
Para a Páscoa 2006, as indústrias investiram pesado especialmente em inovação. O número de novidades para o consumidor é cerca de 30% maior que no ano passado, com aproximadamente 130 lançamentos, sendo mais de 30 dirigidos ao público infantil.
Só a Lacta – líder de mercado na linha de Páscoa, com 33% de participação – trouxe cinco inovações este ano, entre eles o ovo da Barbie e o Amandita. Em clima de Copa do Mundo, chega também ao mercado o Lacta Rumo ao Hexa, que traz em seu recheio um apito. Outra novidade é a linha Pascoal AACD, com quatro produtos, da qual do resultado parte das vendas será destinada à Associação de Assistência à Criança Deficiente. ?É uma forma de mostrar que a Kraft (Kraft Foods, detentora da marca Lacta) foca a responsabilidade social?, explicou o diretor da Divisão de Snacks da empresa, André Vercelli.
Com a fábrica de chocolates instalada na Cidade Industrial de Curitiba (CIC), a Lacta vai colocar no mercado este ano 20 milhões de ovos, segundo Vercelli – crescimento pouco acima da média de 5%, registrada pela indústria como um todo. Na Lacta, a produção de ovos segue até sexta-feira. De acordo com Vercelli, uma das estratégias da Lacta este ano é expandir as vendas em lojas do pequeno varejo.
Além disso, segundo dados da Abicab, são os ovos de chocolate menores os mais procurados. Enquanto em 2004 a maioria dos produtos vendidos (29,5%) pesava entre 301e 500 gramas, no ano passado o mais demandado foi o de tamanho até 200 gramas, com 33% de participação.
Empregos
Com relação ao número de empregos, a estimativa da Abicab é que esta Páscoa gere cerca de 25 mil empregos diretos temporários, divididos da seguinte maneira: 12,5 mil funcionários para a produção – no período que vai de setembro a março – e outros 12 mil para a comercialização, o que inclui atendimento a 600 mil pontos de venda em todo o País, estocagem, exposição e vendas. Só a Lacta contratou cerca de 1,5 mil temporários para a produção e está contratando outros 5 mil para a comercialização.
