A retomada das vendas de máquinas e equipamentos no segundo semestre é mais um sinal a confirmar o reaquecimento do setor industrial brasileiro. Depois de um início de ano com demanda retraída, o setor espera pelo menos igualar o desempenho em 2003 com a recuperação experimentada nos últimos meses. Para 2004, as projeções dos empresários do segmento são bastante otimistas, como se percebe entre os expositores da Ferramental – 2.ª Feira de Máquinas-Ferramenta do Mercosul, que abriu ontem e termina sábado, no Centro de Exposições do Parque Barigüi, em Curitiba. A organização estima geração de R$ 70 milhões em negócios.
O início da recuperação foi em julho. “Novembro começou bem melhor que outubro em vendas e consultas”, constata Mauro Habitzreuter, diretor regional da Ferramentas Gerais. Na avaliação dele, a queda da taxa de juros “é um bom momento para investir”. “Sentimos otimismo dos clientes e aumento na procura por financiamentos. Devemos fechar o ano senão melhor, pelo menos igual ao ano passado”, diz o diretor, salientando que o mercado industrial paranaense deve crescer 6% este ano com a mudança de perfil. “O Paraná não era voltado para a indústria automotiva, que hoje está muito concentrada em Curitiba e região, e movimenta a indústria metalmecânica”. Entre os setores em expansão, Habitzreuter destaca: agronegócio, mineração, metalurgia e calderaria.
“A partir de 15 de outubro, o mercado deu uma virada boa no ramo de máquinas operatrizes”, confirma Lauro Larsson, proprietário da Geralmaq, distribuidora e representante de máquinas de Pinhais, na Região Metropolitana de Curitiba. Segundo ele, o que ajudou o setor nos últimos dias foram as declarações do ministro da Fazenda dizendo que o País venceu a inflação e a recessão, além da queda dos juros. “Isso é muito psicológico e trouxe otimismo ao mercado.” Criada há quatro anos, a Geralmaq espera aumento de 20 a 30% nas vendas neste ano, comparado ao ano passado. Para 2004, a estimativa é crescer 60 a 70%.
A Heller Máquinas, indústria alemã com filial brasileira em Sorocaba (SP), também está otimista. “O primeiro semestre foi praticamente nulo em relação a novos clientes. No segundo semestre, alguns segmentos, como agroindústria e fundição, deram sinais fortes de crescimento, por causa das exportações”, relata o gerente de vendas Adalberto de Moraes, que prevê faturamento no mesmo nível de 2002. Para o próximo ano, a expectativa é alcançar incremento mínimo de 40% nas vendas em relação a 2003, com o lançamento da primeira central de usinagem da empresa projetada fora da matriz. Até 2005, a intenção é elevar a produção brasileira de 90 máquinas/ano para 200.