Indústria alimentícia lidera abertura de vagas em junho

O setor de alimentos foi o responsável pela maior parte das contratações feitas pela indústria paulista em junho, de acordo com dados divulgados hoje pela Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp). Do total de 15,5 mil postos de trabalho criados no mês passado, 5.105 foram do setor de produtos alimentícios. De acordo com o diretor do Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos da entidade, Paulo Francini, o crescimento foi generalizado na indústria alimentícia e está relacionado à queda nos preços dos alimentos de forma geral, depois da alta verificada no início do ano.

“O choque de preços inibiu a demanda e isso está sendo devolvido meses depois”, afirmou. “O setor de alimentos foi um dos menos afetados durante a crise. Com a continuidade do crescimento da massa salarial, ele tende a absorver a alta da demanda”, acrescentou.

Também foram destaque no número de contratações em junho as indústrias de equipamentos de informática, produtos eletrônicos e óticos (1.728); veículos automotores, reboques e carroceria (1.726); metalurgia (1.639); e produtos de borracha e material plástico (1.087). Dos 22 setores que compõem a Fiesp, 15 contrataram, 3 demitiram e 4 mantiveram o nível de emprego estável.

“As demissões, no entanto, foram de reduzida expressão”, ressaltou Francini. O setor que mais demitiu foi o de produtos minerais não-metálicos, com 323 dispensas, seguido por confecção de artigos de vestuário e acessórios (156) e impressão e reprodução de gravações (126). Francini explicou que a indústria já percebe uma desaceleração no crescimento do nível de emprego. “Nos últimos três meses, 90% dos setores registraram aumento de postos de trabalho. Já em junho 70% dos setores aumentaram o quadro de trabalhadores”, afirmou.

De acordo com Francini, o resultado ainda é muito positivo. No primeiro semestre, em relação ao mesmo período do ano anterior, o nível de emprego na indústria paulista registrou alta de 6,61%, a maior para o período desde o início da série histórica, em 2006. De janeiro a junho, a indústria paulista contratou 154,5 mil trabalhadores, outro recorde histórico para o período. “Um abatimento é natural e saudável do ponto de vista macroeconômico. Seria praticamente impossível manter o mesmo vigor de crescimento durante o ano todo. Não paramos de crescer, apenas estamos crescendo menos do que antes”, disse. “É como a seleção da Espanha na final da Copa do Mundo. No segundo tempo, eles se cansaram um pouco, se compararmos com o primeiro tempo, mas nem por isso deixaram de jogar bem nem deixaram de fazer gol”, comparou.

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