Indústria abre procura por temporários

Faltando menos de quatro meses para as festas de final de ano, vários setores da economia já estudam o aumento da produção e, conseqüentemente, a contratação de mão-de-obra temporária. No Paraná, segundo o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Sócio-Econômicos (Dieese-PR), a estimativa é que a indústria contrate cerca de 5 mil pessoas – a maior parte delas nos setores de alimentos e vestuário. Também os segmentos de eletrodomésticos, móveis e perfumaria costumam sentir os efeitos do Natal.  

?O grosso mesmo das contratações fica por conta da indústria de alimentos?, apontou o economista Sandro Silva, do Dieese-PR. No ano passado, a indústria, como um todo contratou cerca de 4 mil temporários por conta das festas de final de ano no Paraná. Além da indústria, outro segmento que oferece boas oportunidades de emprego é o comércio varejista, que contratou no ano passado cerca de 9,5 mil temporários entre setembro e novembro. Para este ano, a previsão é de outros 10,5 mil, segundo Sandro Silva. ?Este número representa o saldo de empregos no período, ou seja, contratações menos demissões?, explicou.

Aves

Apesar de ser um dos pratos principais durante as festas de final de ano, a carne de frango mexe pouco com o mercado de trabalho nesta época do ano. A afirmação é do presidente do Sindicato das Indústrias de Produtos Avícolas do Estado do Paraná (Sindiavipar), Domingos Martins. ?Para o Natal, é produzido o Festa -um frango maior do que o convencional (acima de 3kg), com mais idade, mais elaborado, temperado. Há, portanto, uma mudança na linha de produção e não um aumento?, explicou Martins.

Como o Festa só chega às gôndolas dos supermercados apenas no começo de dezembro, a produção tem início apenas em outubro. ?Tem a questão da estocagem. Não há como começar a produzir bem antes, porque não tem onde guardar?, comentou. Com relação ao peru, Martins também não acredita na contratação de mais mão-de-obra para sua produção. ?O peru é produzido o ano todo e estocado?. A Frango DM Indústria e Comércio de Alimentos Ltda, da qual Martins é proprietário, emprega cerca de 600 pessoas e abate aproximadamente 55 mil aves por dia. Para este Natal, a empresa estuda ampliar a produção para cerca de 300 toneladas do Festa. ?No ano passado, produzimos cerca de 250 toneladas e faltou. Estamos fazendo sondagem junto aos supermercados e avaliando se vale a pena aumentar a produção?, contou. No Paraná, a indústria de produtos avícolas emprega cerca de 50 mil pessoas diretamente e 500 mil indiretamente.

Sindicarne-PR

O assessor econômico do Sindicato da Indústria de Carne no Paraná (Sindicarne-PR), Gustavo Fanaya, explicou que o segmento de suínos – pernil, leitão – é um dos que mais crescem nesta época do ano. Ele não acredita, porém, que a contratação de temporários seja tão significativa como a que ocorre nos pontos de venda. ?A parte da promoção do produto, decoração dos pontos de venda, logística, geram muitos empregos. Hoje toda empresa investe em ?merchandising?, afirmou. Para evitar qualquer tipo de gargalo, explicou Fanaya, o aumento na produção de suínos começa quatro a cinco meses antes das festas de final de ano. 

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