Indonésia proíbe carne e Argentina confunde estado

A Indonésia suspendeu as importações de produtos de origem animal e de matéria prima para ração animal, como farelo de soja e milho, do Brasil, em função do foco de febre aftosa, detectada no Pará na semana passada, declarou uma autoridade do Ministério da Agricultura da Indonésia, em Jacarta. O Brasil é um importante fornecedor de farelo de soja, e também de milho, para a Indonésia.

“As companhias indonésias foram comunicadas que as importações dos produtos animais e matéria-prima para ração que possam estar contaminados pela aftosa do Brasil estão proibidas, principalmente o milho utilizado como alimento para os animais”, disse o diretor geral do setor de animais do Ministério da Agricultura.

O funcionário ressaltou que a medida já está em vigor.

Na semana passada, o governo brasileiro anunciou que um foco de febre aftosa havia sido detectado em um rebanho no Pará, o primeiro caso desde 2001.

O funcionário disse que a proibição será revisada assim que a Organização Internacional de Epizootias declare que o Brasil está livre da aftosa.

Rússia

O secretário de Produção e Comercialização do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Linneu da Costa Lima, chefia a missão que viaja hoje a Moscou para negociar com o governo russo o fim do embargo à carne brasileira. Na semana passada, a Rússia suspendeu as importações de carne do Brasil por causa do registro de um foco de febre aftosa no Pará. “Estou viajando por determinação do ministro Roberto Rodrigues, com a missão de buscar uma solução para o impasse com o mercado russo”, disse Costa Lima.

Além de determinar a viagem de Linneu, Rodrigues conversou ontem, por telefone, com o secretário de Agricultura da Argentina, Miguel Campos, sobre a liberação das exportações brasileiras de carne. Por causa do foco de aftosa no Pará, a Argentina também suspendeu a compra de carne brasileira. Segundo Rodrigues, Campos confirmou para a próxima semana o fim do embargo. “Ele me garantiu que as informações prestadas pelo Brasil serão consideradas pelo governo argentino e espera suspender o embargo na próxima semana, quando os técnicos dos dois países vão se reunir para tratar do assunto.”

Os técnicos argentinos teriam confundido o Pará (Norte do País) com o Paraná (Sul), Estado considerado livre de aftosa com vacinação.

A Rússia é hoje um dos principais destinos da carne brasileira. O país é responsável por 12% das exportações de carnes do Brasil, com destaque para os cortes de suínos. O estado de Santa Catarina é o maior fornecedor brasileiro de carne suína destinada à Rússia. A suspensão dos embarques para aquele país está causando prejuízos à suinocultura catarinense. “Por isso, queremos resolver logo essa situação”, enfatizou Costa Lima, que chega amanhã a Moscou.

De acordo com Costa Lima, o governo russo encaminhou à embaixada brasileira um documento pedindo mais detalhes sobre o foco de aftosa no Pará. “Vamos encaminhar todas as informações complementares pedidas pela Rússia.” Para o secretário, não há razão para o embargo russo, já que Santa Catarina, principal fornecedor para aquele mercado, fica a mais de 3.500 quilômetros do Pará.

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