Índios desocupam ferrovia da Vale no Maranhão

Depois de três horas e meia de ocupação, os índios Guajajaras desocuparam a Estrada de Ferro Carajás (EFC), no Maranhão. A ocupação começou às 13h36, quando seis funcionários foram feitos reféns pelos manifestantes. Os índios protestavam contra a atuação da Fundação Nacional de Assistência ao Índio (Funai). Logo no início das negociações, um dos empregados da mineradora foi libertado e os demais apenas no início da noite, pouco antes da desocupação do trecho interditado.

Logo após da desinterdição da ferrovia, a Vale divulgou uma nota informando que está em dia com as suas obrigações junto a Funai e repudiando a ocupação. “A Vale repudia quaisquer manifestações violentas que coloquem em risco seus empregados, suas operações e que firam o estado democrático de direito. Por conta disso, a Vale informa que está acionando todos os meios legais para responsabilizar os invasores”, dizia a nota.

Esta é a primeira vez que os índios ocupam a ferrovia em um ano. Da última vez, no final de fevereiro de 2010, a interdição aconteceu no trecho que cruza o município de Alto Alegre do Pindaré e durou 10 horas. Na ocasião, um grupo de 50 índios Guajajaras protestaram contra a falta de repasse de produtos agrícolas que a mineradora havia entregue para a Funai.

Os Guajajaras são um dos sete grupos étnicos indígenas que habitam o Maranhão. Os 13 mil índios guajajaras vivem no oeste do Estado e suas terras estão localizadas ao longo da EFC, que é uma das mais eficientes ferrovias do país, tem 896 quilômetros de extensão, ligando Marabá (PA) á São Luís (MA).

Os trens da ferrovia escoam a produção de minério de ferro, cobre e níquel extraídos pela Vale na província mineral de Carajás, ferro gusa produzida no meio norte, combustível para o interior do Maranhão e do Pará e soja plantada no Matopi – polo produtor de grãos que compreende o sul do Maranhão, o norte de Tocantins e o sul do Piauí – e passageiros. Por esta ferrovia passam cerca de 350 mil toneladas em produtos diariamente para serem exportados para a Ásia e Europa pelo Porto do Itaqui, na capital maranhense.

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