FAO

Índice global de preços de alimentos sobe e é recorde

A Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) informou hoje que o índice mensal dos preços mundiais dos alimentos subiu 2,2% em fevereiro, para 236 pontos, maior patamar desde o início da série histórica em 1990. Esta foi a oitava alta consecutiva do indicador. A entidade alertou que a atual volatilidade do petróleo pode elevar ainda mais o índice e desencadear uma crise de alimentos na próxima temporada.

A oferta global de cereais deve ficar mais apertada neste ano por conta do declínio dos estoques após uma fraca colheita em 2010, segundo a organização. O indicador dos preços dos cereais medido pela FAO, que inclui alimentos básicos como trigo, arroz e milho, aumentou 3,7% em fevereiro, atingindo o mais alto nível desde julho de 2008, a 254 pontos.

“As inesperadas altas de preço do petróleo podem exacerbar uma situação já precária nos mercados de alimentos”, afirmou David Hallam, diretor da Divisão de Mercado e Comércio da organização. “isso adiciona ainda mais incerteza com relação à perspectiva de preço, justo quando o plantio das safras nas principais regiões produtoras está prestes a começar.”

Embora o mundo ainda não esteja enfrentando uma crise de alimentos, o secretário do Grupo Intergovernamental para Grãos da FAO, Abdolreza Abbassian, afirmou que o recente avanço dos preços do petróleo pode gerar o mesmo mix de fatores que puxou os preços dos grãos para recordes em 2008. “O fator petróleo, que por enquanto não tem sido determinante nesta temporada, pode se tornar um elemento como foi em 2008”, disse Abbassian. “É muito improvável que vejamos uma crise de alimentos em 2010/11, mas não podemos excluir tal situação em 2011/12”, revelou o secretário.

Abbassian informou que o avanço dos preços do petróleo agora tornou o cultivo de safras como a de milho mais atraente, uma vez que podem ser convertidas em etanol. “A alta do petróleo pode encorajar uma safra maior de milho em detrimento de outras culturas”, disse ele. O plantio de trigo, contudo, não deve ser afetado. A FAO estima que a produção do cereal suba quase 3% em 2011, mas o secretário disse que um crescimento mínimo de 3,5% é necessário. As informações são da Dow Jones.

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