O Índice de Estoques (IE) calculado pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP) acelerou em novembro pelo terceiro mês consecutivo, para alta de 2,1% em relação a outubro, ao atingir 111,8 pontos. Na mesma base de comparação, o indicador, que capta a percepção dos comerciantes em relação ao volume de mercadorias estocadas nas lojas, tinha avançado 1,1% em outubro (109,5 pontos) e 0,7% em setembro (108,3 pontos). Em relação a novembro do ano passado, contudo, o IE caiu 13,6%.
A melhora na adequação dos estoques vem após um período de deterioração decorrente do excesso de produtos armazenados, consequência de vendas abaixo do estimado. A FecomercioSP destaca, contudo, que isso ocorreu, mais uma vez, por um “motivo ruim”: a diminuição dos empresários com estoques abaixo do esperado – que caiu para 13,3% em novembro, ante 14,5% em outubro e 13,7% no mesmo mês de 2013 – acompanhada do aumento da proporção daqueles com excesso de produtos (30,6%, acima dos 30,5% em setembro e 20,8% em novembro do ano passado).
“(Isso significa que) o ciclo de ajuste ainda não acabou”, afirma a Fecomércio em nota, reafirmando que acredita que os pedidos dos comerciantes para o Natal devam ser menores em 2014 se comparados aos do ano passado. Para 2015, a instituição diz projetar um aumento da adequação dos estoques, “mas não em razão de melhoria nas vendas” e sim “pelo fato de os prognósticos estarem mais conservadores”. De acordo com a FecomercioSP, diversos fatores vêm impactando o IE, como a inflação alta e expectativa de crescimento nulo.
Metodologia
O IE é apurado mensalmente pela FecomercioSP, por meio da entrevista com cerca de 600 empresários do comércio na Região Metropolitana de São Paulo. O indicador vai de 0 a 200 pontos, com 0 representando “inadequação total” e 200 “adequação total”. A marca dos 100 pontos é o limite entre inadequação e adequação. Por meio dos números, a entidade busca identificar a percepção dos comerciantes sobre a situação estoques como “acima” (quando há sensação de excesso) ou “abaixo” (falta de itens para suprir demanda em curto prazo).