Após queda de 1,3% em agosto ante julho, o Índice de Estoques (IE) calculado pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP) apresentou alta de 0,7% em setembro, na comparação com agosto. No nono mês de 2014, o índice atingiu 108,3 pontos, contra 107,6 na leitura anterior. Em relação a setembro do ano passado, contudo, o indicador, que capta a percepção dos comerciantes sobre o volume de mercadorias estocadas nas lojas, caiu 15%. Na mesma base de comparação, o IE tinha caído 13,2% em agosto.

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A FecomercioSP afirma que a alta do IE em setembro em relação ao mês anterior foi causada pelo aumento do porcentual de varejistas da Região Metropolitana de São Paulo que acreditam ter um nível de estoques adequado, parcela que ficou em 53,9% em setembro (ante 53,6% em agosto), ao mesmo tempo em que menos comerciantes (29,8%) disseram estar com excesso de produtos armazenados. Em agosto, esse porcentual foi de 30,7%. Segundo a entidade, esses fatores indicam que “gradativamente está havendo o ajuste necessário aos novos tempos de economia de consumo mais fraco”.

A instituição afirma que o resultado de setembro ante agosto “só não foi melhor” porque aumentou a quantidade de lojistas com menos mercadorias do que o necessário para corresponder à procura dos consumidores. Dos 45,6% varejistas que consideram ter estoques “inadequados”, 15,8% assinalaram a falta de produtos como motivo em setembro, fatia superior aos 15,3% registrados em agosto.

Economistas da federação lembram que, a longo prazo, o estoque abaixo do necessário é prejudicial para o comércio, mas ponderam que, neste momento, ele é importante por indicar que os empresários estão buscando um “equilíbrio”. Na nota,preveem ainda que a aproximação do período de encomendas para o Natal pode contribuir para a adaptação dos estoques ao esperado aumento de vendas. “A expectativa, no entanto, não é de recuperação expressiva”, ponderam.

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Metodologia

O IE é apurado mensalmente pela FecomercioSP por meio da entrevista com cerca de 600 empresários do comércio nos municípios que compõem a Região Metropolitana de São Paulo. O indicador vai de 0 a 200 pontos, representando “inadequação total” e “adequação total”, respectivamente. Por meio dos números, a entidade busca identificar a percepção dos comerciantes sobre a inadequação de estoques como “acima” (quando há sensação de excesso) ou “abaixo” (quando avaliam falta de itens para suprir demanda em curto prazo).

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