A alta de 0,60% no Índice de Preços ao Consumidor Amplo – 15 (IPCA-15) em maio é um resultado positivo na avaliação do economista-chefe da SulAmerica Investimentos, Newton Camargo Rosa. “Há reflexo de menor pressão dos preços administrados e um comportamento relativamente bom do grupo Alimentação”, afirmou nesta sexta-feira, 20, ao Broadcast, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado. Por outro lado, o especialista ressaltou que o índice de difusão, em 69%, “ainda é muito alto” e mostra que a elevação de preços está bastante disseminada. “As condições subjacentes da inflação ainda são muito difíceis, o balanço de risco ainda é muito ruim”, ponderou.
Analisando a perspectiva para os próximos meses, Camargo Rosa espera uma desaceleração da inflação para um nível um pouco mais baixo do registrado em maio. “Nos próximos meses, junho e julho, há uma tendência favorável à alimentação, com uma pressão mais baixa”, pontuou. O economista destaca, no entanto, a autorização de novos aumentos de preços administrados “que não estavam na conta” e que devem continuar pressionando a inflação. “Em 12 meses, a taxa acumulada (do IPCA-15) deve seguir em torno de 8%, bem desconfortável”, afirmou.
O especialista pontua ainda que a inflação do preços de serviços continua elevada, apesar da desaceleração da atividade. “Isso mostra que existe um componente de inércia inflacionária relevante na economia brasileira, não desprezível”, comentou.