Desde o início do ano o índice de inflação elaborado pelo Instituto Nacional de Estatísticas e Censos (Indec) provocou uma série de suspeitas de manipulações ordenadas pelo governo do presidente da Argentina, Néstor Kirchner. Mas, nos últimos dias também surgiram suspeitas de que o índice de desemprego no país também estaria sendo "maquiado" pelo governo. Na quarta-feira o Indec – sob intervenção do governo desde janeiro – anunciará o índice de desemprego do segundo trimestre deste ano.

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O próprio presidente Kirchner antecipou na semana passada o resultado que oficialmente só será apresentado depois de amanhã. Segundo ele, o índice estará ao redor de 8,5%. Isto apontaria uma queda substancial do desemprego, já que no primeiro trimestre de 2006 o indicador foi de 10,4%. No primeiro trimestre deste ano o desemprego oficial era de 9,8%.

O governo não considera como "desempregados" 1,2 milhão de pessoas que recebem subsídios do Estado. Portanto, o índice de desemprego oficial não os contabiliza. Caso levasse em conta, o indicador avançaria para 9,8%.

Técnicos do Indec que não concordam com a intervenção do organismo afirmam que o índice de desemprego – tal como o de inflação – está "convenientemente maquiado". Segundo eles, o indicador é superior ao que será anunciado oficialmente. Os funcionários dissidentes do Indec também afirmam que o índice de pobreza está sendo alterado com fins eleitorais.

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Eleição

Em outubro serão realizadas eleições presidenciais. A candidata do governo é a primeira-dama e senadora Cristina Fernández de Kirchner. A mulher do presidente Kirchner, que ambiciona sucedê-lo, está em primeiro lugar nas pesquisas. A oposição acusa Kirchner de tentar exibir à população índices mais otimistas, de forma a criar um clima favorável à permanência do "casal presidencial" no poder.

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