Índice de Confiança da Indústria em agosto é recorde, diz FGV

São Paulo – O Índice de Confiança da Indústria (ICI), calculado com base em seis itens da Sondagem da Indústria de Transformação, da Fundação Getúlio Vargas (FGV), passou de 121,7% em julho para 121,8% em agosto. Segundo a FGV, esse é o recorde da série iniciada em abril de 1995. Na comparação com agosto do ano passado o índice variou 14,2%.

O índice é obtido por meio de questionário com 1.095 empresas durante o mês e divulgado trimestralmente.

O índice revela que de julho para agosto o índice da situação atual das empresas ficou estável em 123,3% e o índice de expectativas avançou de 120% para 120,3%, também o maior nível da série. No acumulado do ano, os dois índices variaram 16,4% e 11,9%, respectivamente.

O destaque da pesquisa vai para a avaliação dos estoques. Segundo o estudo, a parcela de empresas que avaliam o nível dos estoques como insuficientes de agosto de 2006 para agosto de 2007, aumentou de 4% para 7%. As empresas que avaliam o estoque como excessivo variaram de 12% para 6%. Pela primeira vez desde 1995 a proporção de empresas com estoques insuficientes supera a de empresas com estoques excessivos. 

Segundo o coordenador da pesquisa, Aloísio Campelo, o resultado de agosto é favorável porque as empresas mantiveram o ritmo de produção e contratação que já vinha sendo verificado nos meses anteriores. ?A indústria está mantendo em agosto o ritmo de crescimento que de certa forma estabeleceu no segundo trimestre de 2007, que é um ritmo mais forte, quando houve aceleração da produção?.

Campelo avaliou que esse comportamento da indústria se deve à recuperação do mercado interno, que está alavancando o crescimento da indústria mais do que as exportações. Ele explicou ainda que é esse aquecimento da indústria o responsável pela  insuficiência dos estoques observada registrada na pesquisa.

?Esse é o caso do segmento de material de transportes, com a cadeia de montadoras e fabricantes de autopeças, metalurgia e alimentos?, disse.

Quando se avalia a situação atual da empresas, o resultado mostra que a situação é favorável e compatível com a sustentação do crescimento em uma taxa de crescimento em torno de 5%. Segundo Campelo há possibilidade de a indústria crescer menos este ano porque começou 2007 em velocidade menor, mas a partir do segundo trimestre houve aceleração, mantida pela situação econômica observada em agosto.

?Neste mês [agosto] temos uma situação mais apertada para alguns segmentos em termos de capacidade de abastecimento do mercado. São quatro de 21 gêneros com insuficiência de estoque?, explicou.

Campelo disse que a expectativa com relação às contratações se mantém favoravelmente para os próximos meses. ?O resultado é bem mais favorável do que no ano passado em termos da proporção de empresas que prevêem aumentar seu contingente de mão-de-obra nos próximos meses?.

O resultado da sondagem mostra que a indústria acredita no crescimento. ?Na combinação de todos os resultados da indústria, embora o crescimento este ano seja menos disseminado entre os setores da indústria do que em 2004, por exemplo, há uma característica virtuosa. Desde o início [do ano] a indústria está investindo?.

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