O Índice de Confiança da Construção (ICST) subiu 1,5 ponto em novembro, para 89,0 pontos, atingindo maior nível desde setembro de 2014 (89,9), informou nesta terça-feira, 26, a Fundação Getulio Vargas (FGV). Em médias móveis trimestrais, o índice registrou alta de 0,5 ponto, mantendo a tendência ascendente iniciada em junho deste ano.
O avanço foi influenciado pelo Índice de Situação Atual (ISA-CST), que teve alta de 2,4 pontos, atingindo 81,3 pontos. Em seis meses, o indicador acumula ganho de 8,9 pontos. Também houve aceleração no Índice de Expectativas (IE-CST), de 0,5 ponto, passando a 97 pontos. Conforme a FGV, o desempenho compensou a perda apresentada anteriormente. O resultado, informa, foi puxado pela dinâmica dos negócios nos próximos seis meses, cujo indicador subiu 1,3 ponto, para 96,9 pontos.
Já o Nível de Utilização da Capacidade (Nuci) do setor registrou elevação de 0,4 ponto porcentual, para 70,5%. O Nuci para Máquinas e Equipamentos mostrou alta de 0,3 ponto porcentual, enquanto o Nuci para Mão de Obra cresceu 0,5 ponto.
Conforme a coordenadora de Projetos da Construção do Instituto Brasileiro de Economia (Ibre) da FGV, Ana Maria Castelo, uma questão relevante no movimento de retomada é o acesso ao crédito pelas empresas. Com a queda básica de juros, a Selic, ela diz esperar que o crédito para o segmento se torne mais acessível e com melhores condições.
“Esse é um elemento fundamental na retomada. De fato, o indicador subiu 8,0 pontos no acumulado do ano, com uma melhora mais forte no segundo semestre: 4,5 pontos entre junho e novembro. Entre as parcelas deste indicador, a proporção de empresas que reportaram que está fácil conseguir crédito subiu 1,9 ponto porcentual, para 9,2%, melhor resultado desde dezembro de 2014 (12,5%), enquanto que a proporção de empresas que reportaram que está difícil conseguir crédito recuou 1,3 ponto porcentual, passando a 39,3%. No entanto, é importante observar que a percepção predominante entre os empresários é pessimista”, explica em nota a coordenadora.
Edificações
De acordo com a FGV, a alta da Confiança setorial no mês foi impulsionada por edificações. O ISA do segmento registrou o melhor resultado desde fevereiro de 2015. Ainda assim, a entidade lembra que a base de comparação é baixa, em razão da crise. Outro ponto relevante é que, a despeito da percepção mais positiva generalizada, o indicador de mão de obra prevista registrou queda na comparação com outubro e ainda há mais empresários apontando redução da mão de obra do que contratação nos próximos meses, cita a coordenadora.
“Finalmente a melhora nas vendas e lançamentos registrados no mercado imobiliário em algumas cidades do País, notadamente São Paulo, começa a se refletir de modo mais expressivo nos indicadores”, finaliza.