Brasília (ABr) – O Índice de Confiança do Empresário Industrial (Icei), divulgado ontem pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), caiu pelo segundo trimestre consecutivo e atingiu o valor mais baixo desde outubro de 2002. Segundo o coordenador econômico da CNI, Flávio Castelo Branco, a queda ?reflete o ambiente de incerteza que tem dominado o setor político nos últimos dois meses, além da desaceleração da economia ao longo do primeiro semestre na esteira da alta dos juros?.
De acordo com o boletim da CNI, o índice alcançou 50,7 pontos, com queda de 5,1 pontos em relação a abril, e de 14,2 pontos na comparação com os 64,9 pontos de janeiro. Apesar da redução, o Icei acima de 50 pontos ainda indica confiança empresarial, em que pese o menor crescimento da atividade econômica no primeiro semestre do ano, comparado com igual período de 2004. Tanto que o indicador de referência da economia também caiu de 62,7 pontos em janeiro para 45,9 em abril, e agora está em 36,4 pontos.
A expectativa dos empresários também caiu em relação à retomada da atividade produtiva no próximo semestre: passou de 60,6 para 55,7 pontos em relação a abril. Mas o economista da CNI lembra que apesar de os indicadores não estarem tão altos como em meses anteriores, ainda assim permanecem elevados e isso sinaliza que a expectativa para o desempenho das empresas permanece positiva.
Segundo Flávio Castelo Branco, o Icei não mede diretamente a relação com o consumo, mas a intenção dos empresários quanto à atividade produtiva, o que vai refletir nas expectativas de contratação e no rendimento dos trabalhadores da indústria, com possibilidade do aumento de renda e do consumo.
Comércio
A Federação do Comércio de São Paulo também divulgou ontem o seu Índice de Confiança do Consumidor (ICC), referente ao mês de julho, que subiu 0,2% e ficou em 133,3 pontos. O indicador varia de zero a 200 pontos, apontando otimismo acima dos 100 pontos e pessimismo abaixo desse patamar.
A assessoria econômica da Fecomercio assinala que a crise política tem baixo reflexo na confiança do consumidor. Para os economistas, neste momento há uma clara separação entre o cenário político e o quadro econômico.
?Enquanto a crise política não atingir o cerne do governo e a economia não mostrar sinais negativos evidentes, o consumidor não deve se mostrar tão pessimista?, afirma Abram Szajman, presidente da Fecomercio, em nota distribuída pela entidade.