Pelo quarto mês consecutivo, o índice de atividade dos gerentes de compra (PMI, na sigla em inglês) do setor industrial do Brasil registrou retração, ao cair de 46,0 em abril para 45,9 em maio, segundo pesquisa da Markit/HSBC divulgada nesta segunda-feira, 01. É o menor nível desde setembro de 2011. O resultado abaixo de 50 indica contração da atividade. Segundo o comunicado à imprensa, em maio foram registradas novas quedas nos volumes de produção e de novos pedidos e, com isso, as empresas passaram a acelerar os cortes de empregos, num ritmo mais acelerado desde julho de 2009.

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Segundo o relatório, apesar dos custos de insumos e dos preços de produtos terem subido mais lentamente em maio, na comparação com abril, em ambos os casos as taxas de inflação ficaram acima de suas respectivas médias de longo prazo. Para as empresas consultadas, a queda no volume de produção é reflexo da diminuição no volume de novos negócios e das condições econômicas difíceis. “Os dados do PMI de maio indicaram contrações mais lentas na produção industrial e nos registros de pedidos, mas as leituras mais recentes sugerem, ainda assim, que o movimento descendente permanece forte”, afirmou Pollyanna De Lima, economista da Markit, em relatório.

De acordo com a pesquisa, as três principais áreas do setor industrial registraram reduções em maio, com o declínio mais acentuado no segmento de bens de consumo. “O movimento espiral descendente da categoria de bens de consumo continua, com cortes de empregos e taxas fortes de inflação afetando o subsetor. O consumo interno parece estar sofrendo de um acesso restrito ao crédito, com o Banco Central do Brasil estendendo seu ciclo de aperto em abril como parte das tentativas para conter a inflação. Devido ao nível persistente de desemprego, o atual enfraquecimento da economia doméstica está propenso a persistir”, reforça Pollyanna.

O relatório mostra ainda que os níveis de estoque continuaram a diminuir em maio. “Os estoques de pré-produção diminuíram ainda mais, refletindo a queda mais rápida dos níveis de compra desde setembro de 2011. Os estoques de produtos acabados contraíram-se pelo quinto mês consecutivo e pelo ritmo mais acentuado desde março de 2012”, diz o texto.

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