Apesar dos sinais de melhora do desempenho do setor industrial, essa recuperação ainda é lenta, gradual e sujeita a interrupções na avaliação da Confederação Nacional da Indústria (CNI). Os indicadores industriais divulgados nesta quinta-feira,09, pela entidade mostram uma recuperação no faturamento de março em relação a fevereiro e na comparação com o mesmo mês de 2012, mas o primeiro trimestre deste ano foi pior que o último de 2012. “Temos um crescimento de faturamento e das horas trabalhadas no mês reforçando recuperação, mas ainda é um movimento incipiente. A estagnação persiste e a indústria ainda não encontrou o seu caminho”, afirmou o gerente executivo de Pesquisa da CNI, Renato da Fonseca.

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Segundo ele, como a indústria ainda não conseguiu consolidar sua recuperação, os investimentos no setor também não voltaram. Fonseca destacou a concorrência com bens importados e alertou que o aumento de juros para conter a inflação será uma dificuldade a mais para que o setor mantenha sua trajetória de recuperação. “Estamos ainda em situação de risco de vermos abortado esse crescimento”, completou.

O economista da CNI, Marcelo de Ávila, ressaltou que embora estejam crescendo, os indicadores da indústria têm apresentado interrupções frequentes entre os meses. “O faturamento veio crescendo nos últimos três trimestres na comparação com o período imediatamente anterior, mas registrou queda no primeiro trimestre deste ano”, exemplificou.

Já nas horas trabalhadas e no nível de utilização da capacidade instalada, a recuperação nos três primeiros meses de 2013 não foi suficiente para reverter a queda registrada desde o início do ano passado. “Na ponta você está tendo crescimento, mas ainda é insuficiente para crescer olhando um horizonte de comparação mais longo”, acrescentou Ávila.

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O economista da CNI elencou ainda o crescimento do emprego no setor que, embora seja a passos lentos, tem se dado de maneira contínua. Por outro lado, a massa salarial real da indústria caiu 0,8% no primeiro trimestre do ano na comparação com o último de 2012, após três anos ininterruptos de expansão nesse comparativo.