A economia brasileira está praticamente em um quadro de “estagnação” e “crescimento baixo”, avaliou em conversa com o Broadcast, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado, o economista Paulo Picchetti, do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (Ibre/FGV), ao comentar os resultados dos Indicadores de Ciclo da Economia Brasileira, divulgados nesta quinta-feira, 17, pelo Ibre/FGV e pelo Conference Board. O especialista ressalta, contudo, que esse cenário não representa um “prenúncio de recessão”.
Conforme divulgado pelo Ibre/FGV e Conference Board, o Indicador Antecedente Composto da Economia (IACE)para o Brasil caiu 0,2% em junho, para 121,1 pontos. O resultado segue-se após recuo de 1,8% em maio e de 0,4% em abril (dados revisados). Já o Indicador Coincidente Composto da Economia (ICCE), que mede as condições econômicas atuais, registrou queda de 0,1%, na marca de 128,2 pontos. Resultado que mantém o apurado em maio, após queda de 0,1% em abril (dados também revisados).
Picchetti destaca que o “quadro de estagnação” é apontado de “forma praticamente unânime” também por indicadores de outras instituições, como o Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br). Conforme divulgado nesta quinta-feira, 17, pelo Banco Central, o IBC-Br caiu 0,18% em maio de 2014, em relação ao mês imediatamente anterior, após registrar alta de apenas 0,05% entre março e abril (dado revisado), na série com ajuste sazonal.
O economista do Ibre pondera que esse cenário não deve ser encarado como recessão, “primeiro, porque o indicador coincidente, que precisaria estar caindo, está andando de lado, mostrando, portanto, estagnação”. “Segundo, porque mesmo a queda do indicador antecedente não é tão pronunciada como as que calculamos em outros períodos que houve recessão”, acrescenta.