O resultado de janeiro do Indicador de Expectativas Inflacionárias dos Consumidores, anunciado nesta sexta-feira, 23, pela Fundação Getulio Vargas (FGV), sugere que as famílias podem estar começando a acreditar mais na capacidade de o governo controlar a inflação, avalia o economista Pedro Costa Ferreira, do Instituto Brasileiro de Economia (Ibre/FGV).
A mediana da inflação esperada pelos consumidores nos próximos 12 meses ficou em 7,2% em janeiro, contra 7,4% em dezembro. Foi o segundo mês seguido de recuo no Indicador de Expectativas Inflacionárias dos Consumidores.
“Parece que o consumidor está olhando mais para o futuro”, disse Ferreira. É possível afirmar isso, segundo o economista, porque a expectativa de inflação recuou por dois meses seguidos, embora a inflação tenha sido elevada em 2014 e janeiro seja um mês tradicional para reajustes anuais de preços.
Ferreira reconhece que a pesquisa da FGV não permite isolar quais fatores influenciam mais a expectativa do consumidor, mas pondera que se o consumidor estivesse baseando suas expectativas no desempenho passado da inflação e no comportamento atual dos preços, a tendência para o indicador de expectativas seria de alta. “Se ele estivesse só olhando para trás ou para o presente, a expectativa estaria em alta”, disse o economista.