O clima econômico piorou na América Latina, revela o indicador Ifo/FGV de Clima Econômico da América Latina (ICE), elaborado pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (Ibre/FGV) em parceria com o Instituto alemão Ifo. O indicador recuou de 5,5 pontos no trimestre encerrado em janeiro para 5,2 pontos no trimestre encerrado em abril deste ano.
Segundo o Ibre, a piora está associada ao Indicador de Expectativas (IE), que saiu de 6,0 pontos em janeiro para 5,2 pontos em abril. O Indicador da Situação Atual (ISA) evoluiu de forma favorável, de 4,9 pontos para 5,1 pontos, no mesmo período. “Nota-se, porém que todos os indicadores estão na zona favorável, embora próximos à região que marca o limite para a zona desfavorável”, aponta a instituição.
“Falta de competitividade e/ou de mão de obra qualificada é o principal obstáculo ao crescimento econômico em quase todos os países da sondagem. Em adição, a inflação está entre os principais problemas para a Argentina, Uruguai, Venezuela e Brasil”, mostra a FGV.
Já o Índice de Clima Econômico (ICE) no mundo, de acordo com as instituições, “continuou a sua trajetória de melhora e foi superior à média histórica dos últimos dez anos, mas ainda não se pode dizer que a economia mundial esteja entrando num ciclo sustentado de forte crescimento”. O ICE mundial subiu de 5,2 pontos para 5,4 pontos no mundo.
Para apurar o indicador, especialistas nas economias da América Latina respondem trimestralmente um questionário elaborado pelas instituições. Respostas favoráveis recebem nove pontos, enquanto as neutras recebem cinco pontos e as desfavoráveis, um ponto.
Oito países dos 11 analisados pela Sondagem da América Latina registraram um clima econômico favorável em abril, ou seja, superior a cinco pontos. Só estão em um clima econômico desfavorável a Argentina (saiu de 5,2 pontos em janeiro para 3,4 em abril), o Uruguai (passou de 6,3 pontos para 4,8) e a Venezuela (de 1,5 ponto para 1,4).
Mas mesmo dentro do grupo dos que têm clima econômico favorável, o ICE piorou no Brasil (que saiu de 5,9 pontos para 5,6 pontos), no Chile (de 6,6 pontos para 6,4 pontos) e no Peru (de 7,0 pontos para 6,7 pontos).
A avaliação do clima econômico não mudou na Bolívia (5,4 pontos), Colômbia (5,3 pontos) e México (5,7 pontos) e melhorou no Equador (de 4,0 para 6,0 pontos)e no Paraguai (de 7,0 pontos para 8,1).
No Brasil, o índice de expectativas recuou de 7,2 para 6,4 pontos, enquanto a situação atual subiu de 4,6 para 4,7 pontos.