O Índice Ceagesp acumulou alta de 14,31% em 2015. Mesmo com a queda de 0,62% nas cotações em dezembro, o indicador de preço dos alimentos (frutas, legumes, verduras, pescados e diversos) no atacado registrou elevação acima da inflação oficial de 2015, que ficou em 10,67%.

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Conforme a Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo (Ceeagesp), o ano de 2015 foi bastante complicado para o abastecimento de hortifrutícolas. Escassez de água, alta do dólar, greve de caminhoneiros, temperaturas elevadas, excesso de chuvas nas regiões produtoras, entre outros aspectos, prejudicaram o planejamento, a qualidade e o volume ofertado de hortifrutícolas ao longo do ano.

“Logo no início de 2015, produtores das regiões abastecidas pelo Alto Tietê e Cantareira em São Paulo viveram um dilema em relação ao investimento na produção em razão da restrição de água para irrigação”, diz a Ceagesp, em comunicado. Assim, além das habituais condições climáticas adversas deste período, houve diminuição da produção, acarretando elevações mais acentuadas nos preços do primeiro bimestre, principalmente nos setores de legumes e verduras.

A variação cambial também influenciou o volume ofertado e os preços, principalmente no setor de frutas, onde os importados representam cerca de 20% do total comercializado. O dólar mais elevado faz diminuir o volume de importações e puxa os preços para cima. Com a queda do real, o produto nacional fica mais competitivo, aumentando as exportações. “Ambas as situações refletiram em queda do volume ofertado do produto nacional do mercado interno”, revela.

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As chuvas no segundo semestre, que melhoraram o nível das represas no Sul e Sudeste, foram as mesmas que trouxeram diversos transtornos aos produtores rurais. As altas de preços, tradicionais nos períodos de verão, foram antecipadas e tiveram seu ápice durante os meses de outubro e novembro, períodos que historicamente registram redução dos preços.

Produtos com grande representatividade como tomate, batata, cebola, entre outros, registraram aumentos expressivos. “A cebola, apesar das inúmeras tentativas de recompor a oferta interna, por meio da importação procedente da Argentina, Holanda, Espanha, entre outros países, permaneceu com preços elevados durante praticamente todo o ano de 2015”, diz a Ceagesp.

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A Ceagesp informa, ainda, que o primeiro trimestre de 2016 tem como principais características as frequentes chuvas e as altas temperaturas, situações altamente prejudiciais para a produção de hortaliças, notadamente as mais sensíveis.

Legumes e verduras deverão apresentar problemas na qualidade e diminuição do volume ofertado neste início de 2016. Somente em meados de março os preços deverão voltar aos níveis habituais e satisfatórios para os consumidores. “Até lá, a população deve consumir os produtos em safra e substituir os mais sensíveis por raízes e tubérculos, normalmente, mais resistentes”, recomenda a Ceagesp.

Em contrapartida, ao contrário de 2015, produtores de todo o País e, principalmente, da região Sudeste poderão planejar e investir na produção sem o receio de escassez de água para irrigação.