O Indicador de Clima Econômico (ICE) da América Latina recuou de -5,2 pontos no trimestre encerrado em abril para -21,1 pontos no trimestre encerrado em julho, segundo levantamento feito pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (Ibre/FGV) em parceria com o instituto alemão Ifo. A satisfação com a situação atual (ISA) se manteve em queda, enquanto o índice de expectativas (IE) caiu de 24,7 pontos em abril para zero ponto em julho.
Houve melhora no clima econômico na Bolívia, Colômbia, Peru e México. Os que registraram piora foram Argentina e Uruguai, que passaram de um resultado positivo para negativo, e Chile e Paraguai, que pioraram a avaliação do clima econômico, mas permanecem na zona favorável.
Equador e Brasil aprofundaram a queda do clima econômico.
No Brasil, o ICE passou de -11,4 pontos em abril para -45,9 pontos em julho. Há também uma menor satisfação com relação a situação atual que atingiu -88,0 pontos.
Segundo a FGV, a proximidade das eleições presidenciais e a revisão para baixo nas projeções do crescimento DP Produto Interno Bruto influenciaram o mau desempenho.
No mundo, o ICE diminuiu de 16,5 pontos em abril para 2,9 pontos em julho, ainda na zona favorável. A avaliação da situação atual permaneceu positiva, mas o IE ficou negativo, alcançando o patamar mais baixo desde outubro de 2011. Houve piora em quase todos os países, apontou a FGV.
Nos Estados Unidos, o ICE recuou, mas ainda se mantém em zona favorável.
Na China, a piora do ICE foi mais intensa que nos Estados Unidos, passando de uma zona favorável para desfavorável. O possível acirramento da guerra comercial entre os Estados Unidos e a China é um dos principais fatores que explicam o pessimismo em relação ao cenário futuro do clima econômico mundial, ressaltou a FGV.
Entre os países que formam os Brics, apenas a Índia registrou avaliação favorável, embora o ICE tenha caído 28,5 pontos.