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Indefinições sobre reforma e exterior contribuíram para volatilidade, diz Tesouro

O coordenador-geral de operações da Dívida Pública, Leandro Secunho, disse nesta segunda-feira, 27, que outubro foi um mês mais “desafiador” para a gestão dos títulos públicos do que setembro. Segundo ele, as indefinições sobre o cenário externo e sobre a reforma da Previdência trouxeram volatilidade ao mercado, mas não chegaram a impactar o resultado no mês, que ele classificou como positivo.

“Outubro foi um mês com aumento nos juros e pouca liquidez no mercado secundário. Foi um mês com certa volatilidade, mas longe do que o ocorreu em maio”, afirmou Secunho. “O Tesouro teve certa flexibilidade nas emissões, mas não precisou cancelar nenhum leilão. Foi um gerenciamento fino, no sentido de fazer leilões que não aumentassem a volatilidade do mercado”, completou.

No mês passado, houve um resgate líquido de R$ 23,33 bilhões. Secunho disse ainda que outubro foi o último mês com vencimentos relevantes de títulos. “A tendência era de uma emissão maior em outubro, mas o resultado ficou em linha com setembro por conta dessa volatilidade”, acrescentou.

O estoque da Dívida Pública Federal (DPF) encerrou outubro em R$ 3,438 trilhões. O Plano Anual de Financiamento (PAF) prevê que a dívida encerre o ano acima de R$ 3,450 trilhões. “Vamos encerrar o ano dentro com todos os indicadores dentro dos limites do PAF”, afirmou.

Segundo ele, a parcela pré-fixada do estoque da dívida – que está em 34,62% – deve crescer até o fim do ano e se aproximar de teto do PA de 36%. Para Secunho, esse movimento é positivo. “Tem havido demanda no mercado por títulos pré-fixados, que é o que o Tesouro deseja”, avaliou. “Além disso, o aumento de taxas de juros em outubro gerou oportunidade de entrada para estrangeiros”, completou.

Secunho também destacou a emissão em 3 de outubro de US$ 3 bilhões em um novo título, o Global 2028. No período, o Tesouro também desembolsou US$ 2 bilhões para a recompra de papéis mais curtos da dívida externa.

“Emitimos R$ 9,47 bilhões da DPFe em outubro, sendo a maior parte do Global 2028, e foram recomprados R$ 7,19 bilhões de títulos da DPFe em outubro”, detalhou. “A lógica da operação era emitir título novo com volume e liquidez adequado. “Aproveitamos a operação para comprar títulos mais antigos e de taxa de juros elevadas”, completou.

Financiamento externo

O coordenador-geral de operações da Dívida Pública disse também que a necessidade financeira para honrar os compromissos da dívida externa em 2018 é próxima de zero, devido ao “colchão” proporcionado pelas emissões externas já realizadas. No mês passado, o Tesouro emitiu US$ 3 bilhões em novo bônus de dez anos, o Global 2028.

“Já não havia essa necessidade de financiamento. Nossas emissões são qualitativas, com o objetivo de criar um novo benchmark, já que o atual já estava com prazo de oito anos e meio. Obviamente somos sensíveis a preços e tentamos aproveitar as melhores oportunidades, mas era importante criar uma nova referência de dez anos para as empresas brasileiras emitirem seus papéis”, afirmou.

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