O clima da capital paranaense ainda não se definiu, não se sabe se está frio ou calor. Devido a esta indefinição, o comércio e os lojistas não sabem se vendem a nova coleção de verão ou se continuam liquidando as roupas de inverno. A maioria dos comerciantes está investindo tanto em roupas de verão quanto de meia estação para não correr risco de prejuízo.
De acordo com Camilo Turmina, diretor do Clube dos Diretores Lojistas (CDL), os comerciantes não estão preocupados em vender a atual coleção, e sim liquidando a passada. “Eles precisam vender e limpar o estoque, caso contrário é prejuízo na certa”, afirma. Para ele, a meia estação gera um bom negócio, pois se vende tanto roupas de inverno quanto de verão. Segundo a gerente da Lee do Polloshop, Iris de Oliveira, devido a instabilidade do clima curitibano a loja se vê obrigada a pôr o estoque da estação passada, que não é muito, à venda.
Já o vice-presidente da Associação Comercial do Paraná (ACP) Elcio Ribeiro, afirma que a maioria dos comerciantes não tem mais nada do inverno para liquidar, agora só estão expondo a coleção primavera-verão, e isso gera uma queda natural no movimento das lojas. “Agora só tem mercadorias novas”, complementa ele.
A subgerente da Noela Fashion, Elaine Inês Gross, afirma que quando há mudanças inesperadas do clima, as vendas diminuem um pouco, mas voltam ao normal entre um e dois dias depois. “Curitiba vende roupas de meia estação o ano inteiro, pelo fato de que durante a noite sempre esfria”, diz ela, ao afirmar que a loja já não tem mais estoque da estação fria para vender, porque tudo foi liquidado.
A gerente da loja Cia da Roupa do Shopping Müeller, Dulce Gonçalves, conta que o clima atrapalhou muito as vendas de inverno, e a única maneira encontrada para evitar o prejuízo é sempre estar fazendo promoções e melhorando as formas de pagamento. Diz que está muito otimista para a próxima estação, e que já está recebendo a nova coleção de Verão desde o mês de setembro. “Precisamos estar otimistas porque é o nosso trabalho, e temos que vender”, desabafa Dulce. Acredita que o cliente é o maior prejudicado com a indefinição do clima, pois ele não sabe o que deve comprar.
Coleção nova, preço velho
Renata Souza
É possível encontrar nas vitrines de algumas lojas de Curitiba a nova coleção primavera-verão 2003 com os mesmos preços, ou até mais barato que os valores do ano passado. Segundo Elaine Jarentchuk, gerente da loja Incidence do Shopping Müeller, os preços caíram. “Se aumentássemos não venderíamos nada e, além do mais, é uma falta de respeito com o cliente aumentar os preços a cada semana”, diz ela. A gerente da loja Gregory, Sandra Maria Correa, também afirma que os preços estão mais baixos.
Assim como se encontra roupas com o mesmo preço, há aquelas coleções que tiveram aumento de até 15%, principalmente as lojas de couro, e as que usam muitos tecidos importados. De acordo com a gerente da Holt Zutto, Silvane da Silva, os produtos de couro foram os que mais sofreram com o mercado, principalmente as sandálias que são feitas com este produto. “O dólar está influenciando muito na alta dos preços”, complementa ela. Já a gerente Mariliz Gritten, da loja Tactile, que vende apenas roupas de couro, afirma que os preços estão um pouco mais altos, porque esta coleção é mais detalhada e exige um trabalho manual maior. “O dólar, com certeza influência na compra do couro em metro, mas não é repassado para o cliente”, diz ela.
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