A pobreza na Argentina caiu 3,3 pontos porcentuais para 9,9% da população (ou 2,475 milhões de argentinos) no segundo semestre de 2010 em comparação a igual período de 2009, informou hoje o Instituto Nacional de Estatísticas e Censos (Indec). No mesmo período, o índice de indigência baixou um ponto porcentual, para 2,5% (ou 619 mil argentinos). Assim como ocorre com a inflação oficial, calculada pelo Indec, os consultores colocam em dúvida esses resultados. O levantamento do Indec cobre 31 regiões urbanas da Argentina e é a pesquisa de maior abrangência feita pelo governo.

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Já a consultoria Ecolatina, que usa um universo de pesquisa diferente, afirma que a pobreza no país atingiu 30,9% da população (12,3 milhões de pessoas) e o índice de indigência chegou a 10,6% (4,27 milhões de pessoas) no ano passado. A consultoria Sel, especializada em assuntos trabalhistas, e o Centro de Estudos Econômicos da Universidade Católica de Buenos Aires projetam números semelhantes aos da Ecolatina.

Os analistas explicam que os números do Indec estariam distorcidos porque a metodologia empregada para calcular a pobreza e a indigência se baseia em estatísticas sobre o custo da cesta básica e do índice de preços ao consumidor, cujos resultados são contestados pelas consultorias privadas.

Para o governo, a inflação de 2010 foi de 10,9%, enquanto os consultores privados calculam índices em torno de 25%. As consultorias foram multadas pelo governo por divulgarem índices de inflação superiores aos oficiais.

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