No primeiro semestre de 2014, as importações de produtos siderúrgicos aumentaram 53,8% em relação ao mesmo período do ano anterior, totalizando 956,8 mil toneladas, segundo dados do Instituto Nacional dos Distribuidores de Aço (Inda). Para o presidente da instituição, Carlos Loureiro, o cenário de insegurança em meio a um pessimismo em relação à economia e incertezas em relação ao dólar deve frear os contratos de importação.

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Os aços zincados lideraram o aumento das importações em junho, com alta de 153,5% em comparação a junho de 2013, de acordo com dados do Inda. Os zincados são utilizados em bens de consumo e na construção civil. Laminados a frio registraram alta de 147% ante junho do ano passado. A importação de chapas grossa teve a maior queda do período, de 30,1% na mesma comparação.

Loureiro destacou que a maior parte das importações de aço são provenientes da China e se estas não fossem contabilizadas, o volume importado seria apenas residual. Dentre as chapas importadas, 79,5% vieram da China. No caso dos zincados importados, 81,3% tem origem chinesa.

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Perspectiva de vendas

Loureiro afirmou ainda que a projeção para o crescimento das vendas do setor pode ser reduzida novamente. A previsão de crescimento para 2014, anteriormente fixada em 4%, foi reduzida para 1%, com viés negativo, podendo ser revisada. Segundo Loureiro, a perspectiva é negativa para julho, com crescimento de 10% referente apenas ao aumento do número de dias úteis. O mês de agosto também deve apresentar resultados ruins, diz o executivo.

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Segundo Loureiro, o aumento das exportações poderia melhorar o cenário, mas depende da desvalorização do dólar. De qualquer forma, ele prevê um panorama de difícil previsibilidade e de ajustes após as eleições que podem reduzir a venda de aço. Loureiro destaca que a indústria de transformação, principal cliente dos distribuidores de aço, está pessimista.

Tendo em vista o cenário negativo, o Inda não vê necessidade de redução de preços nos próximos meses. De acordo com Loureiro, a redução de preços não deve ter tanto impacto sobre o consumo de aço, pois a demanda deve continuar enfraquecida. “Não vejo as usinas reduzindo preço porque o mercado não vai crescer, não adianta”, afirmou.