O aumento da incerteza sobre o andamento das reformas e ajustes na economia compõem o “fator de risco principal” para o Banco Central. A avaliação consta do comunicado do Comitê de Política Monetária (Copom) divulgado após a redução do juro para 10,25% ao ano. A palavra “incerteza” aparece cinco vezes no documento divulgado nesta quarta-feira, 31, e o termo “incertas” foi usado uma vez. Em abril, o termo só apareceu duas vezes no documento e ambas para usadas para o cenário externo.

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O aumento da incerteza citado pelo BC ocorre “tanto pela maior probabilidade de cenários que dificultem esse processo (de reformas e ajuste), quanto pela dificuldade de avaliação dos efeitos desses cenários sobre os determinantes da inflação”.

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Diante da incerteza sobre reformas e o ajuste, todas as principais variáveis da economia passam a ficar nebulosas para o BC. Ao comentar a trajetória da inflação, o Copom diz que a trajetória permanece favorável, mas “é necessário acompanhar possíveis impactos do aumento de incerteza sobre a trajetória prospectiva da inflação”. “Ressalta-se que, neste momento, as projeções condicionais do Copom envolvem maior grau de incerteza”, explica o documento.

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Sobre a atividade, ocorre o mesmo fenômeno. Os diretores do BC dizem que há estabilização, mas ressalta que a “manutenção, por tempo prolongado, de níveis de incerteza elevados sobre a evolução do processo de reformas e ajustes na economia pode ter impacto negativo sobre a atividade econômica”.

Sem clareza sobre as principais variáveis que devem ser seguidas pelo BC, o Comitê diz que o quadro “dificulta a queda mais célere das estimativas da taxa de juros estrutural e as torna mais incertas”.