O presidente do Banco da Inglaterra (BoE, na sigla em inglês), Mark Carney, afirmou que a economia do Reino Unido opera “um pouco abaixo de seu potencial, com a inflação um pouco acima da meta”. Segundo ele, as incertezas no processo da saída do país da União Europeia, o Brexit, e a atividade global mais fraca têm pesado sobre a atividade econômica local.
Carney realizou o discurso durante o simpósio anual do Federal Reserve (Fed, o banco central americano) em Jackson Hole. Em sua fala, ele enfatizou o quanto o quadro para o Reino Unido depende da “natureza e do momento” do Brexit.
O presidente do BoE afirmou que a economia do Reino Unido poderia ter várias reações, a depender dos progressos no Brexit, com implicações “substanciais” para a política monetária. A possibilidade de uma saída sem acordo provavelmente levaria a um recuo da libra, à elevação da inflação e à piora na demanda, o que refletiria a perda de acesso para produtos britânicos no exterior, além de elevar as incertezas e provocar condições financeiras mais restritas.
Carney disse que não é possível antecipar a resposta, mas o resultado mais provável seria um relaxamento na política monetária, no caso de um Brexit sem acordo, a fim de ajudar a inflação a voltar à meta. Isso dependeria, porém, da natureza exata dessa separação, enfatizou. “No fim das contas, a política monetária poderia apenas suavizar o ajuste a esse grande choque real que uma saída sem acordo geraria, mas mesmo essa capacidade seria contida pelos limites de tolerância de inflação acima da meta”, avaliou.