A inflação da construção, medida pelo Índice Nacional de Custo da Construção – M (INCC-M), subiu 0,42% em fevereiro, informou nesta quinta-feira, 23, a Fundação Getúlio Vargas (FGV). O resultado ficou abaixo do registrado no mês anterior, quando a taxa foi de 0,67%. No ano, o INCC-M acumula alta de 1,09% e, em 12 meses, de 7,93%. A parcela de Materiais, Equipamentos e Serviços registrou alta de 0,40% em fevereiro, ante uma taxa de 0,35% em janeiro. Já a parcela referente a Mão de Obra teve variação de 0,43% em fevereiro, após uma taxa de 0,98% em janeiro. O INCC-M é calculado com base nos preços coletados entre os dias 21 do mês anterior e 20 do mês de referência.

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A inflação da construção acelerou em cinco das sete capitais pesquisadas pelo Índice Nacional de Custo da Construção – M (INCC-M), na passagem de janeiro para fevereiro. Os preços aumentaram o ritmo de alta em Salvador (de 0,32% em janeiro para 0,45% em fevereiro), Brasília (de 0,01% para 0,15%), Rio de Janeiro (de 0,29% para 0,58%), Porto Alegre (de 0,17% para 0,39%) e São Paulo (de 0,19% para 0,20%). No entanto, houve redução no ritmo de alta em Belo Horizonte (de 4,40% para 1,45%) e Recife (de 0,31% para 0,27%).

O INCC-M de fevereiro ficou em 0,42%, após uma alta de 0,67% em janeiro. As maiores influências positivas foram dos itens engenheiro (de 1,05% em janeiro para 1,71% em fevereiro), taxas de serviços e licenciamentos (de 2,09% para 2,82%), servente (de 1,01% para 0,43%), ajudante especializado (1,20% para 0,16%) e elevador (de 0,26% para 0,56%).

Na direção oposta, as maiores contribuições negativas foram de condutores elétricos (de -0,20% para -1,30%), cimento portland comum (de 0,00% para -0,14%), tubos e conexões de PVC (0,31% para -0,20%), tinta a base de PVA (0,42% para -0,32%) e tubos e conexões de ferro e aço (de 0,40% para -0,07%).

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A desaceleração do Índice Nacional da Construção Civil – Mercado (INCC-M) registrada em fevereiro já era esperada, de acordo com avaliação feita pela coordenadora de estudos da Fundação Getúlio Vargas (FGV), Ana Maria Castelo. Segundo ela, a aceleração dos preços de serviços (de 0,68% em janeiro para 0,73% em fevereiro) está relacionada a questões sazonais. “O início do ano tem reajuste das tarifas do transporte público e reajuste das taxas de licenciamento, que influenciam os custos dos serviços na construção”, explicou Ana Maria.

Mão de obra – Os custos de mão de obra continuarão a puxar a elevação do Índice Nacional de Custos da Construção – Mercado (INCC) neste ano, enquanto os custos dos materiais de construção terão o efeito oposto, de segurar o indicador abaixo da inflação. Segundo Ana Maria, o preço da mão de obra na construção seguirá aquecido por conta da previsão de uma aceleração do ritmo das obras públicas de infraestrutura, além das do setor de edificações, que contam com o programa Minha Casa, Minha Vida. “Existe a expectativa de muitas obras a serem entregues referentes à primeira fase do Minha Casa, Minha Vida, além daquelas ligadas à segunda fase do programa, que ainda está no início”, avaliou Ana Maria. Em 2011, os custos com mão de obra representaram cerca de 70% da alta do INCC.

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Ao contrário da mão de obra, o custo dos materiais de construção deve seguir abaixo da inflação no País, segurando uma alta mais forte do INCC. Os materiais de construção têm registrado variação abaixo da inflação nos últimos três anos. Isso acontece porque, apesar da demanda na construção continuar alta, a presença das importações passou a ser constante, observou Ana Maria.