O aumento do nível de endividamento da população combinado às elevadas taxas de juros praticadas pelo varejo puxaram para cima a inadimplência da pessoa física em julho. No mês passado, a inadimplência da pessoa física subiu 10,2% em relação a julho de 2004, segundo pesquisa divulgada ontem pela Serasa.
A pesquisa de inadimplência da Serasa considera os cheques devolvidos, títulos protestados, dívidas vencidas com instituições financeiras, com empresas do varejo, com cartões de crédito e com financeiras.
No acumulado de janeiro a julho, a inadimplência da pessoa física registrou alta de 13,2% frente a igual período de 2004.
Segundo os técnicos da Serasa, a alta do indicador é reflexo do elevado nível de endividamento da população, resultado da aceleração da concessão de crédito financeiro para as pessoas físicas.
A Serasa também atribuiu a elevação da inadimplência ao crescimento da aquisição de bens de consumo duráveis por meio de crediários do varejo. Também contribuíram para o resultado as elevadas taxas de juros do crédito ao consumidor, segundo os técnicos da Serasa.
Pesquisa da Anefac (Associação Nacional dos Executivos de Finanças), mostra que os juros do crediário se mantiveram estáveis em julho, em 6,13% ao mês.
Representatividade
Os cheques sem fundos continuam registrando a maior representatividade na inadimplência de consumidores: 36,3% do total do indicador de julho. O valor médio das anotações negativas de cheques sem fundos foi R$ 528,66 em julho.
As dívidas com cartões de crédito e financeiras estão em segundo lugar, representando em julho 33,9% da inadimplência total. Nessa modalidade, os registros negativos tiveram um valor médio de R$ 254,59.
As dívidas com os bancos corresponderam em julho a 28% da inadimplência da pessoa física – e tiveram o valor médio de R$ 1.029,49. Os títulos protestados representaram 2% das dívidas não pagas, com um valor médio de R$ 736,17.