Inadimplência subiu 10,9% em dois anos

A inadimplência das pessoas física e jurídica subiu 10,9% nos dois primeiros anos do governo Lula – de janeiro de 2003 a dezembro de 2004 -, segundo pesquisa divulgada ontem pela Serasa. Esse avanço foi bem menor que os 55,2% apurados no período de janeiro de 2001 a dezembro de 2002, ainda na gestão de Fernando Henrique Cardoso.

Para a pessoa jurídica, houve um incremento de 3,2% na inadimplência nos dois primeiros anos do governo Lula. De janeiro de 2001 a dezembro de 2002, a inadimplência da pessoa jurídica havia registrado um crescimento de 30% – resultado da queda da atividade provocada pelo apagão de 2001 e pela crise que antecedeu a eleição presidencial de 2002.

Segundo a Serasa, a melhora do indicador pode ser justificada pela realização de novos negócios, motivados pelo desempenho do setor exportador. Esses negócios propiciaram a geração de recursos e permitiram às empresas pagar em dia seus compromissos.

No caso da pessoa física, houve um aumento de 15,2% na inadimplência no dois primeiros anos do governo Lula contra um avanço de 57,7% medidos nos dois últimos anos de FHC – pressionada pelas elevadas taxas de desemprego e queda da renda.

Perfil

Os títulos protestados tiveram a maior representatividade na inadimplência de empresas no período 2003/2004, com uma participação de 46,5% – inferior aos 48,5% registrados nos dois anos anteriores.

O segundo índice na representatividade é o de cheques sem fundos, que se manteve praticamente estável: 38%, em 2001/2002, e 37,5% em 2003/2004.

Os cheques sem fundos tiveram a maior representatividade na inadimplência de consumidores nos períodos analisados. Nos dois anos do governo Lula, os cheques devolvidos representaram 35,5% do total do indicador de pessoa física. O percentual é menor do que o do biênio anterior, que registrou 39,5%.

O segundo maior índice na representatividade é o registro de inadimplência de cartões de crédito e financeiras, que no biênio 2003/2004 teve participação de 33,5%, superior à registrada em 2001/2002, que foi de 33%.

As dívidas com os bancos apresentaram a terceira maior participação no indicador, com 29% contra 25% dos anos anteriores.

A menor representatividade foi com os títulos protestados, que corresponderam a 2% em 2003/2004, e 2,5% em 2001/2002.

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